Maria Joaquina de Almeida Fazendeira de café no Vale do Paraíba
Diego Amaro de Almeida
Diego Amaro de Almeida
é Mestre em História Social pela PUC-SP
Maria Joaquina nasceu em Taubaté-SP, por volta de 1803. Era filha de Antonio José de Sampaio e Silva, nascido na antiga freguesia do Facão (atual cidade de Cunha-SP), e de Anna Joaquina de Toledo, nascida em 1758, em Taubaté. Ambos eram descendentes de famílias portuguesas, oriundas do planalto de Piratininga e assentadas na vila de Cunha em princípios do século XVIII. Estes pioneiros possuíam vivência nas lides do pequeno comércio que acompanhou o desbravamento dos sertões incultos do Vale do Paraíba Paulista no período colonial.
Seus pais foram agricultores, primeiramente na vila de Cunha, onde residiram logo após o casamento, ocorrido em 1778, e posteriormente no Caminho Novo da Piedade. Tal mudança pode ser explicada pela notícia que nos é dada por Píndaro de Carvalho Rodrigues (1980), de que coube ao Capitão-Mor de Guaratinguetá, Manoel da Silva Reis, com os poderes outorgados pelo Capitão General da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha, subdividir as terras do Caminho Novo da Piedade em sesmarias menores, que foram doadas aqueles que o ajudaram a retificar a referida via. Estas ordens administrativas geraram intenso movimento migratório para a região, pois mesmo os que já possuíam terras no Vale do Paraíba resolveram se instalar às margens do novo caminho. Também acorreram para a região muitos forasteiros, principalmente das Minas Gerais que, com o arrefecimento da produção mineradora, estavam sem perspectivas de sustento e rumaram para o novo local com todos os seus pertences e disposição, como bem descreve Alcir Lenharo:
O movimento centrífugo de populações após a mineração também favoreceu a ocupação das áreas virgens que medeavam Minas ao litoral, especialmente as terras férteis do Vale do Paraíba. Pode-se destacar dois tipos de pioneiros que ai surgiram: os posseiros, com suas pequenas roças de produtos de primeira necessidade, voltados para o comércio miúdo à beira das estradas, que povoaram rapidamente a região. Um outro tipo fixava-se em condições de melhor segurança: pleiteavam terras em função da prestação de serviços públicos já realizados; abriam trechos de estradas, ou se prestavam a fornecer alimentos para as tropas e tropeiros, pastagens para os animais ou abriam pousos e vendas necessários à organização do tráfico mercantil.
Segundo a Lista de moradores do Caminho Novo da Piedade, em 1780 existiam 300 pessoas residindo em 43 "fogos" (ou moradias). Destes moradores, 250 eram listados como brancos e 50 negros escravos. A categoria dos homens livres é integrada por "sesmeiros", "posseiros", "jornaleiros", "camaradas", dos "que vivem a favor", "agregados", dos "vivem em terras alheias" e dos que "possuem nada" (Documentos Interessantes, LXXXI: p. 27).
Assentados na terra, muitos dos novos ocupantes passaram a plantar alimentos para sua subsistência, principalmente milho e feijão, além de cultivarem anil e cana-de-açúcar. Também criavam porcos, cavalos e algum gado. Outros moradores, na medida em que se intensificava o movimento de viajantes e de tropas pelo caminho, se ocupam de oferecer pouso e abastecimento. Surgem os ranchos e as vendas na beira da estrada. A aglutinação desta população nas margens do novo caminho vai originar novos núcleos urbanos, como é o caso de Bananal.
Para Maria Joaquina, a prosperidade foi definitivamente alcançada após seu matrimônio, que foi realizado em Bananal, na data de 26 de outubro de 1825, quando se casou com o Comendador Luciano José de Almeida, filho de Luiz José de Almeida e de Ana Maria da Conceição .
Os pais do noivo descendiam de pequenos agricultores, que também haviam se estabelecido na mesma região do Caminho Novo da Piedade, entre as últimas décadas do século XVIII e início do XIX, sendo reconhecidos como os primeiros povoadores de Bananal. Ali se tornaram proprietários de consideráveis porções de terras, obtidas oficialmente pelo sistema de doação de sesmarias. Posteriormente, elas foram partilhadas entre os descendentes e transformadas em grandes fazendas de café. Esse processo de ocupação de tais terras foi facilitado pela distribuição inicial de sesmarias nas margens do Caminho Novo da Piedade, movida pela necessidade governamental de povoar esta área que era constituída de terras abundantes e ligava São Paulo ao Rio de Janeiro (sede da Corte), além do comércio que ali se estabeleceu.
Foi o fato de descenderem dos primeiros desbravadores da região, que retiravam seu sustento da prática da agricultura e da criação de animais, em terras próprias, que permitiu ao casal Luciano e Maria Joaquina o posterior acesso e posse de consideráveis porções de terra por heranças legadas pelos pais de ambos, pelo inventário de irmãos solteiros falecidos, pela compra dos demais herdeiros, pela reconvenção de dívidas e dote de casamento. O que foi decisivo para a posterior constituição destas terras em fazendas dedicadas ao cultivo do café, em uma época em que esta cultura começava a adentrar o território bananalense e se intensificar o seu plantio na região valeparaibana. Tal situação, além de outras variáveis, possibilitou a formação de uma considerável fortuna fundada na ampliação das áreas de cultivo do café e na aquisição de um crescente plantel de escravos. Em suma, os dividendos obtidos com o cultivo do café eram revertidos não só para manutenção desta estrutura produtiva bem como para sua ampliação.
No ano de 1822, Luciano José de Almeida havia aumentando o plantel para 59 escravos e a produção de café para 1.000 arrobas, que foram vendidas no Rio de Janeiro pelo valor de 5$200 a arroba .
Em 1839, já estando casado com Maria Joaquina, sua produção era de 3.000 arrobas de café e o seu plantel de cativos havia alcançado a marca de 104 escravos.
A expansão do patrimônio de Luciano José de Almeida e Maria Joaquina, em considerável pouco tempo, possivelmente está dentro das possibilidades apontadas por Maria Sylvia Carvalho Franco que considera que o comércio de mantimentos e a exploração da cana de açúcar foram os fatores que proporcionaram os capitais necessários para a introdução e o desenvolvimento da cultura cafeeira. Para a autora, o resultado prático foi que:
As plantações de café invadiram o Vale do Paraíba, tanto prosperou o antigo dono de engenho com foros de cortesão, quanto o tropeiro rude, o bronco mercador de escravos, o esperto vendeiro de beira da estrada, o lavrador rústico, iluminados todos por projetos idênticos e realizáveis por um só meio: enriquecer, afazendando-se.
Tal incremento patrimonial do casal de cafeicultores da cidade de Bananal também pode ser explicado pelo próprio aumento da produção de café, cujos lucros possibilitaram o investimento na compra de maior número de escravos, seja por via normal de aquisição antes de 1831, ou pelo tráfico internacional depois desta data, quando houve a proibição deste tipo de comércio. Em 1853, teve início o processo criminal denominado Bracuhy, envolvendo desembarques clandestinos de escravos após a proibição do trafico em 1850, levando a júri inúmeros fazendeiros da região compreendida entre o porto fluminense do mesmo nome, Barra do Piraí, São João Marcos e Bananal. Entre eles, Luciano José de Almeida, Joaquim José de Souza Breves e outros ricos sé cafeicultores de Bananal. O fato ganhou repercussão através da imprensa carioca e chegou à Câmara dos Deputados. Este fato pode ser corroborado pelo inventário de Maria Joaquina, em 1882, quando foram arrolados oito escravos de origem Quilamane e diversos oriundos de Moçambique, com idade variando entre 55 e 60 anos. O que parece expressar que foram trazidos para o Brasil ainda na década de 1840 pela via do tráfico internacional.
Mas foi na década de 1840, que possivelmente o casal aumentou de maneira substancial seus bens, multiplicando o número de escravos e a produção de café, período em que se iniciava na localidade o auge econômico do produto.
No inventário do marido, processado em 1854, verifica-se que o casal tinha um considerável patrimônio acumulado, que foi dividido entre seus herdeiros (50%) e Maria Joaquina de Almeida (50%). Dali para frente ela administraria os bens entregues em meação por direito constituído através do casamento, e que multiplicou até a sua morte em 1882.
Pela análise das informações do inventário percebe-se a pujança da estrutura econômica que a viúva passou a administrar dali por diante, com diversidade de unidades produtoras, cada qual com cafeeiros plantados e escravos designados para o trabalho na lavoura, formando um todo autossuficiente e produzindo tudo aquilo que precisava para a sua subsistência. Produziam-se velas de cera e sebo, fumo, aguardente, farinha de milho, de mandioca, mel de abelha, tecidos de algodão, de lã de carneiro, meias, rendas para vestidos.
A sede da fazenda Boa Vista, construída entre as décadas de 1830 e 1850, foi avaliada em 121:711$750. Edificada no estilo casarão, com um pavimento sobre um porão alto, a construção destaca-se na paisagem campestre e era acessada por uma grande escadaria inserida em sua fachada principal. Possuía capelão, boticário, parteira, sapateiro, celeiro, ferreiro, marceneiro, carpinteiro de mobílias, serralheiro, mecânico, colchoaria, alfaiataria e cabeleireiro. Contava com 45 lanços de senzalas, "no feicho de dentro", cobertos por telhas (avaliados em 30$000 cada lanço), mais dois lanços de varanda e ainda outros dois cobertos de telhas, que servem de enfermaria dos escravos e ainda "uma varanda que serve de latrina e cocheira" e mais 51 lanços de senzala "no feicho de frente". Também contava com tulhas "assoalhadas de asfalto" e outras de cimento, para o café; dois lanços que servem para as carapinas e quatro, com varanda, para o Engenho .
O valor bruto dos bens deixados por Luciano José de Almeida chegou a 2:505.744$515, valor significativo para época, considerando-se que a produção cafeeira ainda não havia atingindo o seu auge.
O cotidiano de uma viúva fazendeira
Com 50 anos aproximadamente, Maria Joaquina de Almeida assumiu o papel de chefe de família, com a obrigação de gerir os negócios deixados pelo marido. Teria de administrar as fazendas de café e o considerável plantel de seus escravos. Na forma da lei, Maria Joaquina tinha direito a 50% de toda a fortuna acumulada até aquele momento pelo casal e recebeu a posse de 415 cativos e a Fazenda Boa Vista. O restante coube a seus onze filhos, alguns menores de idade. Esse momento coincidiu com o início do período áureo do café em Bananal .
Após a morte do marido, Maria Joaquina transcendeu a esfera doméstica que tradicionalmente era reservada à mulher nesta época e inseriu-se também no âmbito público. Nesse sentido, a sua trajetória de vida compreendeu tanto o desempenho do papel de mulher do lar quanto o de gestora que manteve a fortuna que ajudara a formar com o marido.
Verifica-se um deslocamento de papéis sociais - o de esposa, progenitora e gestora do lar para um papel oposto ao estereótipo originário dos relatos dos viajantes e memorialistas, como observou Raquel Mendes Pinto Chequer em sua dissertação de mestrado sobre gerências de viúvas. Esta autora aponta a existência de senhoras administradoras de bens nas Minas Gerais, e chama a atenção de que a fixação da imagem da mulher por um olhar ideológico e religioso unilateral contribuiu para que os estudiosos do século XX reforçassem esse estereótipo, em conjunção com os valores transmitidos pelas memórias escritas e orais. Mantinha-se assim, também na historiografia, a imagem da mulher com fulcro na submissão. Como afirma igualmente June E. Hahner (2003) em seus escritos, apoiando-se em Gilberto Freyre, onde destaca que as observações daqueles visitantes contribuíram para criar um estereótipo comum e endógeno da família patriarcal brasileira, constituída de marido autoritário, que submetia mulher e filhos, cercado de concubinas escravas.
Esta perspectiva parece corroborada pelo relato de John Luccock, um mercador britânico que, em 1808, causticamente comentava o crescente mau-humor, a obesidade e o envelhecimento prematuro das mulheres de classe alta do Rio de Janeiro. Este mesmo estrangeiro atribuiu essas características, ou seja, o rápido envelhecimento da mulher carioca, aos hábitos de reclusão e indolência, afirmando que essas mulheres eram raramente vistas fora de casa, exceto quando iam à igreja. Assim, as atividades dessas mulheres eram restritas praticamente ao ambiente interno de suas residências, onde recebiam auxílio de criados escravos. Ou seja, fora do mundo privado, a vida social ou pública praticamente inexistia para a mulher e para qualquer habitante das cidades que ainda não tinham calçadas e ruas comerciais burguesas.
Mas, como nos alerta Hahner (2003), esse estereótipo sobre a condição da mulher no século XIX era relativo e as restrições observadas por Luccock refletiam na verdade considerações sobre a honra feminina, que permaneciam estritamente relacionadas à honra familiar, concluindo haver uma gama diferenciada de mulheres vivendo em situações diferentes e que "Mesmo dentro da elite, nem todas as mulheres eram confinadas à esfera privada da casa e excluídas da esfera pública de uso restrito aos homens" .
Nesse sentido, os poucos informes sobre a trajetória de Maria Joaquina de Almeida, mediante a documentação existente e alguns estudos memorialísticos, nos revelam que ela desempenhou um papel diferente dos estereótipos tradicionalmente estabelecidos para a mulher do período. Eles nos mostram a mulher fazendeira, a mãe de família, a benemérita, a mulher atuante na sociedade e que, ainda que não sabendo ler e escrever, sem ter, portanto, estudos regulares suficientes, soube acompanhar as novas tendências econômicas, sociais e políticas do seu tempo.
No que tange a administração dos negócios, Maria Joaquina desempenhou seu papel de gestora com competência e conseguiu manter o espólio deixado pelo marido, entre os anos de 1854 e 1882.
Em 1854, por ocasião do falecimento e abertura do inventário do marido, Maria Joaquina havia recebido algo em torno de 1:250:000$000, distribuídos entre bens móveis e semoventes.
Entre os bens recebidos figura a principal unidade produtora existente no espólio, a Fazenda da Boa Vista, com os seus cafezais, além das outras unidades também exploradoras do produto. Esta fazenda foi registrada em 1856, no Registro de Paroquial de Terras de Bananal, constando de 349 alqueires em meio de terras de cultura.
Analisando seu inventário post mortem constata-se uma gestão eficiente da viúva à frente dos negócios, pois não só manteve como dobrou a meação obtida com a herança deixada pelo marido. Assim, em 1882, por ocasião do falecimento de Maria Joaquina, o valor bruto do inventário alcançou 2:103:500$610, considerável margem de diferença do marido, assim distribuídos:
Pelos dados vê-se que a distribuição da riqueza da personagem aumentou o montante deixado em dinheiro e apólices, representado em quase 40% do valor total dos bens. Investimento esse que já era praticado por Luciano José de Almeida pouco tempo antes do seu falecimento, cujo investimento aparece no processo de inventário aberto em 1854. Esse montante em dinheiro e apólices não desqualifica o valor deixado em escravos, que foi multiplicado durante os 28 anos de sua gestão frente aos negócios. Os 394 cativos representavam um plantel significativo para a região, se comparado a inventários trabalhados por Renato Marcondes (1998), cuja totalidade média de escravos não excedia a cem. Também foi significativo o valor relativo aos cafezais, onde parece ter havido reinvestimento - corroborando para o entendimento de que houve um equilíbrio entre os investimentos financeiros e rurais feitos pela viúva.
Nesse sentido parece que Maria Joaquina manteve em posse da família as terras e fazendas, animais de tropa, gado, caracterizando ainda uma economia essencialmente rural com base na produção de café, embora tenha investido em apólices que lhe rendiam juros cujo montante foi acrescido até o final de sua vida. Tendência essa que já mostrava a percepção dos fazendeiros quanto à evidente possibilidade de esgotamento da terra e a iminência da libertação dos escravos que vinha sendo preparada paulatinamente a partir da proibição do tráfico no início da década de 1850, quando da publicação da Lei Eusébio de Queirós .
Em 1882, quando de seu falecimento, Maria Joaquina deixou todas as fazendas formadas pelo marido, com todos os seus bens, para os seus herdeiros; e mais 651 apólices da dívida pública de 1:000$000, mais 19:530$000 de juros no semestre, e um depósito corrente de 58:699$300 na firma Monteiro & Cia., do Rio de Janeiro, correspondentes às vendas dos cafés das fazendas. Retomando a comparação anterior, verifica-se um efetivo muito maior que o deixado pelo Visconde de Guaratinguetá poucos anos antes e que deixou a metade do valor bruto de Maria Joaquina. Efetivo nem mesmo equiparável aos valores registrados nos inventários deixados por titulares do vale fluminense . Nesse período, as atividades presentes nas fazendas de Maria Joaquina denotam uma diversificação de atividades ligadas não somente ao plantio e colheita do café, mas voltadas, principalmente, para a pecuária, com número expressivo de cabeças de gado, bem como de animais para tropas, utilizados no transporte do café na rota para o Rio de Janeiro. Devem-se considerar também aquelas atividades centradas no plantio de gêneros alimentícios para manutenção e subsistência dos animais, dos escravos e da família.
Entre a produção do café nas fazendas de propriedade de Maria Joaquina e a chegada do café ao porto do Rio de Janeiro, onde era embarcada com destino ao consumidor final, um longo percurso era feito em lombo de burros. Porém, ao chegar à capital do Império, o café não era embarcado imediatamente nos porões dos navios. Antes, por força de contratos, era acomodado nos armazéns de alguma Casa Comissária e só depois disso é que era então vendido aos exportadores.
Os comissários de café eram grandes comerciantes, geralmente de origem portuguesa ou ainda ricos fazendeiros que resolviam diversificar suas fontes de ganho e se punham a praticar esse tipo de intermediação comercial. Eles financiavam as plantações de café, que era garantida por uma hipoteca e pela venda antecipada da futura colheita do cafeicultor.
Essa negociação de venda do café, que era realizada diretamente com casas comissárias do Rio de Janeiro, pode ser constada no processo de prestação de contas de tutela realizada por Maria Joaquina após o falecimento do marido. Essa peça jurídica abre portas para perceber a atuação da sua gestão frente aos negócios e como mulher pública prestando contas do espólio deixado aos filhos menores.
Na referida peça, a viúva relaciona os valores e quantidades totais de arrobas de café negociadas em diversas firmas no Rio de Janeiro e que, nos documentos, aparecem como "correspondentes" - que na verdade eram firmas comissárias de café . Como exemplos, nas contas de venda de 1854, ano do falecimento do seu esposo, aparecem no rol as seguintes firmas: Guerra & Monteiro, Ulrich e Cia., Antônio Tavares Guerra, Carvalho e Rocha, Francisco Ferraz de Oliveira Sobral, Cornélio Filho & Irmão e Manuel Ferreira Guimarães . Esses valores, que somavam por volta de 92:000$000, mais os valores das apólices gerais, chegavam a totalizar pouco mais de 99:000$000.
Segundo relatos de familiares, sob a forma de memórias, Maria Joaquina esteve sempre atenta aos negócios, ficando a par de tudo o que se passava em suas fazendas. Diariamente, ao cair da tarde, se informava das atividades dos administradores de cada uma de suas fazendas, demonstrando especial competência como administradora. Dirigia e orientava pessoalmente a fabricação de móveis, a confecção das rendas e linhas, dos tecidos, e acompanhava em tudo o trabalho de seus escravos, fossem os trabalhadores da roça ou aqueles que cumpriam atividades de manufatura e manutenção: carpinteiros, pedreiros e ocupados das tarefas domésticas. Ainda permitia a cada um de seus escravos que tirasse para si uma parte do lucro obtido pela venda dos produtos da fazenda .
Muitos dos móveis utilizados na fazenda: mesas, arcas, camas, foram feitos em marcenaria própria, assim como os produzidos como excedentes, para serem vendidos em Bananal. É um dado pitoresco o fato de que, pela recompensa permitida aos escravos, os negros de suas fazendas fossem conhecidos pelo "tilintar de suas moedas", que traziam nas sacolas e embornais .
No aspecto social, Maria Joaquina foi uma mulher lembrada por sua simplicidade . Apesar da enorme fortuna com que se viu cercada desde o nascimento e dos bens materiais que essa mesma fortuna pode lhe proporcionar, não gostava de ostentação, tendo usufruído de sua riqueza com maior sobriedade possível. Muitos nem podiam ver naquela mulher austera e severamente vestida, sempre de preto depois da morte do marido, a possuidora de tamanhos bens.
Mas, mesmo com toda sobriedade que caracterizava seu modo de vida e tendo fixado residência permanente na fazenda Boa Vista, de vez em quando Maria Joaquina vinha à cidade. Nessas ocasiões, ela abria as portas do enorme palacete, construído em 1847 , que na sua época viveu dias de grande esplendor. Situado no Largo da Matriz, nos seus salões foram realizadas inúmeras festas que ficaram gravadas para a posteridade pela repercussão que alcançaram.
As recepções se alternavam, ora em sua casa, ora nos salões de sua filha Domiciana. Esses dois antigos casarões foram o ponto convergente dos acontecimentos sociais mais importantes da localidade e onde debutou a alta sociedade de Bananal do século XIX. Um dos mais significativos eventos aconteceu em setembro de 1876, quando Maria Joaquina ofereceu, em seu palacete, suntuoso baile em homenagem ao Visconde de Aguiar Toledo que fora agraciado com este título. Na ocasião tocou uma banda alemã, especialmente vinda da Corte, bem como as bandas do Dr. Rodrigo Pereira Leite e do Comendador Antônio Luiz de Almeida, respectivamente, genro e filho da anfitriã.
Foi uma das maiores festas sociais realizadas em Bananal. Da Corte também vieram os melhores cozinheiros e doceiros. A fina flor da sociedade bananalense esteve presente, e a festa foi realizada com banquetes, fogos de artifícios, distribuição de brindes. As honras da casa estiveram a cargo do filho da anfitriã, Dr. Laurindo José de Almeida.
Nessas festas um dos pontos altos era a apresentação das bandas de música formadas pelos próprios fazendeiros com escravos ou ex-escravos. Maria Joaquina, servindo de exemplo a outros, organizou a primeira banda de Bananal, para a qual foi desenhado e confeccionado uniforme próprio, que tocava em festas particulares e nas datas cívicas e religiosas .
A partir do inventário de Maria Joaquina é possível ter uma ideia da imponência presente na sede da fazenda Boa Vista. Era uma unidade bem montada que, em 1882, contava com 394 escravos e quase um milhão de pés de café.
Em termos de organização do espaço a casa, monumental, ocupava posição central e as senzalas apenas uma de suas faces, obedecendo claramente modelo em U, conjugando-a com duas senzalas em quadra, uma defronte e outra atrás da casa. Havia ainda outros anexos que possivelmente serviam para guardar apetrechos de tropa, ferramentas, para os cuidados com animais e estoque de mantimentos oriundos de roças plantadas, como vêm descritos no inventário. Roças, preferencialmente, de milho, feijão, mandioca e cana.
A sede da fazenda contava com inúmeras salas, quartos e uma capela interna, possuindo requintada mobília, fruto da sofisticação de época trazida pela riqueza do café, a despeito daquelas peças produzidas na própria fazenda. Na sala de jantar uma mobília de jacarandá forrada com 32 cadeiras, e, distribuídas em outros cômodos, marquesas e aparadores, cadeiras de palhinha, etageres de jacarandá, armários, guarda-louças e relógio. Nos quartos, camas de armação, cama francesa para casal e móveis com lavatórios com moringas de vidro. Na varanda, cadeiras de palhinha, mesas e sofás. Na cozinha havia fogão, conjunto de trens de cozinha e outros apetrechos .
O serviço de jantar de sua casa contava com um conjunto de faqueiros de prata, salvas de prata, paliteiros, castiçais, copos de viagem, cálices e tigelas. Para o uso pessoal de Maria Joaquina, uma liteira com arreios prateados.
Para administrar todo esse complexo ela contava com os diversos escravos domésticos e os de roça (estes, a maior parte no plantel). Contava ainda com dois administradores, José Alves Caetano e Antônio José da Cunha Figueiredo que aparecem no inventário como assalariados, tendo em atraso os seus respectivos ganhos em doze meses (respectivamente 1:595$818 e 1:423$328), além de outros empregados na mesma situação e de um capelão que recebia por seus serviços religiosos permanentes na fazenda. Para controle financeiro fazia parte do pessoal administrativo um guarda-livros, que organizava a contabilidade, rigorosamente anotada no que foi chamado no inventário como "caderno da casa". Nele era registrado inclusive o dinheiro fornecido a empregados trabalhando na sede fazenda .
No cotidiano da fazenda, Maria Joaquina mantinha mesa farta, pelo que se vê nas notas fiscais pendentes de pagamentos anexas ao inventário. Nelas aparecem compras de vinhos franceses e portugueses, macarrão, batata, lasanha, azeitona, pimenta do reino, manteiga, massa de tomate, queijos e bacalhau. Além do cuidado com vestuário, com grande quantidade de tecidos e linhas para a confecção de roupas, adquiridas em firmas comerciais no Rio de Janeiro, Bananal e Barra Mansa. E um grande número de medicamentos. Pode-se tentar uma comparação entre o seu inventario e outros inventários de fazendeiras no Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.
Não é exagero deixar-se impressionar pelo fato de que, mesmo sem saber ler ou escrever, Maria Joaquina tenha sabido administrar com inteligência, e competência impar, os bens deixados pelo marido. A memória regional transmitida pela oralidade afirma que foi somente depois de casada e do crescimento dos filhos, que Maria Joaquina tomou contato com noções elementares de educação, particularmente porque os filhos tiveram preceptores e professores de primeiras letras especialmente contratados pelo marido. Segundo essa tradição, a certa altura da vida ela passou a tomar lições de línguas e outras ciências, e chegou a criar uma linguagem própria de comunicação com símbolos diferenciados com base em caracteres latinos, que até os dias atuais não foi possível explicar como foi elaborado ou transmitido, por inexistir fonte documental nesse sentido .
No relacionamento com os filhos, ainda segundo a tradição oral, Maria Joaquina foi o esteio da família, tanto na condução da educação dos filhos quanto na expansão dos seus bens, já que podia comprar uma fazenda de "porteira fechada" e pagá-la à vista, como fez com a que adquiriu para o filho Laurindo, pela quantia de 80 contos de réis . Sozinha geria seus negócios, fazia transações e aplicava os lucros das mesmas.
Maria Joaquina deixou nove filhos: Domiciana Maria de Almeida, Placidia Maria de Almeida, Francisca Carolina de Almeida, Laurindo José de Almeida, Antonia Cândida de Almeida, Luiz Antonio de Almeida, Alexandrina de Almeida, Antonio Luiz de Almeida, Maria Luiza de Almeida. Todos casados com as principais famílias de Bananal e entorno, entre elas as famílias Aguiar Valim, Pereira Leite, Nogueira e Azevedo Maia. Alguns fixaram residência fora da localidade, principalmente as filhas que, após o casamento, tiveram domicílios nos locais de moradia dos seus maridos, como na Vila de Rezende e Barra Mansa. Um dos filhos estabeleceu-se na região de Barra Mansa, também grande produtora de café, próxima da vila de Bananal.
Logo após a morte do marido, a viúva recebeu como incumbência testamentária a tutela dos filhos, da qual prestava contas em 1856. Nela demonstrava claramente a preocupação com os direitos deles, dizendo na petição inicial "que Ella quer prestar contas de tal tutela embora à isso não fosse obrigada a fim de não se amontoar o direito dos orfãos em proveito deles..." . Esta postura pode ser percebida com a administração da Fazenda da Cachoeira, que coube em herança aos filhos Laurindo José de Almeida, Luiz Antônio de Almeida, Luciano José de Almeida e ao genro Azevedo Maia, calculada em 120 alqueires de terras de cultura, correspondendo 30 alqueires a cada um . Destaca-se o fato de transações que eram realizadas com os escravos residentes naquela fazenda e que plantavam mantimentos necessários para subsistência e vendiam para a proprietária, como o caso das plantações de feijão, cujos montantes vendidos à viúva foram totalizados em 249 alqueires .
Como benemérita da vila de Bananal, Maria Joaquina de Almeida ajudou na reforma da Igreja Matriz , que abrigava o senhor Bom Jesus, antes venerado em primitiva capelinha. Contribuiu de todas as maneiras, com dinheiro e com festas, e foi ela que doou a imagem do Padroeiro que hoje se encontra no altar central da igreja .
Em todas as listas de doações para a festa do Bom Jesus, o padroeiro da localidade, que era festejado todo dia 6 de agosto, o nome da "Matriarca de Bananal" aparecia em primeiro lugar, com a sua maior oferta. O altar de São Luciano também foi doação sua, em homenagem ao seu falecido marido, em cuja urna deveriam ser "guardados os despojos desse varão extraordinário que foi o comendador Luciano José de Almeida." .
Em junho de 1862 foi homenageada publicamente por ter concluído, às suas expensas, o Corpo da Igreja e sua decoração interna, por parte da Irmandade do Senhor Bom Jesus do Livramento, com expressiva mensagem de agradecimento da mais alta significação. Firmaram esse documento: padre João Guedes Alves Pereira, José Eloi Machado, Serafim Ferreira Paulino, José Alves de Oliveira, Francisco Xavier de Valia Durão e Francisco de Paula Ferreira .
Os incontáveis benefícios prestados a Igreja, a cidade, aos pobres justificavam o ser considerada a "Matriarca de Bananal". Não foi fundadora da Santa Casa, mas foi quem assistiu a essa instituição em todas as suas necessidades, nos seus momentos mais difíceis. Manteve a Santa Casa enquanto viveu; reabriu-a por três vezes, sendo a primeira em 1873, quando teve suas portas fechadas por absoluta falta de recursos. Da terceira vez, decidiu tomar conta dela até morrer, e assim o fez .
Em abril de 1876, Maria Joaquina foi homenageada pelos serviços prestados à vila de Bananal, com a ereção de um busto confeccionado pelo artista Antônio Basílio Monteiro, o busto foi colocado no salão principal do edifício da Santa Casa, quando foi então realizada uma esplêndida festa, digna da pessoa que a ela deu causa. O salão esteve repleto de convidados, em sua maioria membros da elite bananalense, que vieram prestar as devidas honrarias à Maria Joaquina. Dentre eles, destacava-se quase que a totalidade dos membros da família Almeida e Aguiar, além da presença do Comendador Manoel de Aguiar Valim, um dos mais ricos fazendeiros deste município. Para coroar e destacar ainda mais o pomposo evento, ao redor do venerado busto havia um círculo formado por vinte meninas da sociedade, que traziam flores em suas mãos
Por ocasião da sua morte, deixou em testamento, ainda para a Santa Casa, um considerável montante de apólices para que a mesma não perecesse. Era uma benemérita e, em todas as ocasiões em que a necessidade era premente, ela se fazia presente repartindo o que tinha em abundância. Fato observável em algumas partes do seu testamento: "Ordeno que meu testamenteiro distribua pelos pobres a quantia de quatrocentos mil réis ficando ao seu arbítrio fazer essa distribuição como e quando entender mais útil e conveniente." .
No que se refere ao relacionamento com os escravos, ficou notório o caso que aconteceu em 1873, um ano após a lei do ventre livre quando deu liberdade, sem condições, a seus escravos: João Cavaco, Maria Rebola e Catarina Rebola. Nesse mesmo dia, a seu pedido, seu filho, Dr. Laurindo José de Almeida, alforriou sua escrava Firmina .
Maria Joaquina faleceu em 02 de janeiro de 1882, e foi sepultada no cemitério da Santa Casa. Quando do sétimo dia de falecimento, a Matriz de Bananal celebrou missa por sua intenção, com uma afluência abundante de gente da cidade e das fazendas. Além desta, foram celebradas outras missas, à mesma hora, em Barra Mansa/RJ, em São Paulo, nas Fazendas Boa Vista e Bela Vista e também na Corte do Rio de Janeiro.
A partir do inventário de Maria Joaquina é possível ter uma ideia da imponência presente na sede da fazenda Boa Vista. Era uma unidade bem montada que, em 1882, contava com 394 escravos e quase um milhão de pés de café.
Em termos de organização do espaço a casa, monumental, ocupava posição central e as senzalas apenas uma de suas faces, obedecendo claramente modelo em U, conjugando-a com duas senzalas em quadra, uma defronte e outra atrás da casa. Havia ainda outros anexos que possivelmente serviam para guardar apetrechos de tropa, ferramentas, para os cuidados com animais e estoque de mantimentos oriundos de roças plantadas, como vêm descritos no inventário. Roças, preferencialmente, de milho, feijão, mandioca e cana.
A sede da fazenda contava com inúmeras salas, quartos e uma capela interna, possuindo requintada mobília, fruto da sofisticação de época trazida pela riqueza do café, a despeito daquelas peças produzidas na própria fazenda. Na sala de jantar uma mobília de jacarandá forrada com 32 cadeiras, e, distribuídas em outros cômodos, marquesas e aparadores, cadeiras de palhinha, etageres de jacarandá, armários, guarda-louças e relógio. Nos quartos, camas de armação, cama francesa para casal e móveis com lavatórios com moringas de vidro. Na varanda, cadeiras de palhinha, mesas e sofás. Na cozinha havia fogão, conjunto de trens de cozinha e outros apetrechos .
O serviço de jantar de sua casa contava com um conjunto de faqueiros de prata, salvas de prata, paliteiros, castiçais, copos de viagem, cálices e tigelas. Para o uso pessoal de Maria Joaquina, uma liteira com arreios prateados.
Para administrar todo esse complexo ela contava com os diversos escravos domésticos e os de roça (estes, a maior parte no plantel). Contava ainda com dois administradores, José Alves Caetano e Antônio José da Cunha Figueiredo que aparecem no inventário como assalariados, tendo em atraso os seus respectivos ganhos em doze meses (respectivamente 1:595$818 e 1:423$328), além de outros empregados na mesma situação e de um capelão que recebia por seus serviços religiosos permanentes na fazenda. Para controle financeiro fazia parte do pessoal administrativo um guarda-livros, que organizava a contabilidade, rigorosamente anotada no que foi chamado no inventário como "caderno da casa". Nele era registrado inclusive o dinheiro fornecido a empregados trabalhando na sede fazenda .
No cotidiano da fazenda, Maria Joaquina mantinha mesa farta, pelo que se vê nas notas fiscais pendentes de pagamentos anexas ao inventário. Nelas aparecem compras de vinhos franceses e portugueses, macarrão, batata, lasanha, azeitona, pimenta do reino, manteiga, massa de tomate, queijos e bacalhau. Além do cuidado com vestuário, com grande quantidade de tecidos e linhas para a confecção de roupas, adquiridas em firmas comerciais no Rio de Janeiro, Bananal e Barra Mansa. E um grande número de medicamentos. Pode-se tentar uma comparação entre o seu inventario e outros inventários de fazendeiras no Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.
Não é exagero deixar-se impressionar pelo fato de que, mesmo sem saber ler ou escrever, Maria Joaquina tenha sabido administrar com inteligência, e competência impar, os bens deixados pelo marido. A memória regional transmitida pela oralidade afirma que foi somente depois de casada e do crescimento dos filhos, que Maria Joaquina tomou contato com noções elementares de educação, particularmente porque os filhos tiveram preceptores e professores de primeiras letras especialmente contratados pelo marido. Segundo essa tradição, a certa altura da vida ela passou a tomar lições de línguas e outras ciências, e chegou a criar uma linguagem própria de comunicação com símbolos diferenciados com base em caracteres latinos, que até os dias atuais não foi possível explicar como foi elaborado ou transmitido, por inexistir fonte documental nesse sentido .
No relacionamento com os filhos, ainda segundo a tradição oral, Maria Joaquina foi o esteio da família, tanto na condução da educação dos filhos quanto na expansão dos seus bens, já que podia comprar uma fazenda de "porteira fechada" e pagá-la à vista, como fez com a que adquiriu para o filho Laurindo, pela quantia de 80 contos de réis . Sozinha geria seus negócios, fazia transações e aplicava os lucros das mesmas.
Maria Joaquina deixou nove filhos: Domiciana Maria de Almeida, Placidia Maria de Almeida, Francisca Carolina de Almeida, Laurindo José de Almeida, Antonia Cândida de Almeida, Luiz Antonio de Almeida, Alexandrina de Almeida, Antonio Luiz de Almeida, Maria Luiza de Almeida. Todos casados com as principais famílias de Bananal e entorno, entre elas as famílias Aguiar Valim, Pereira Leite, Nogueira e Azevedo Maia. Alguns fixaram residência fora da localidade, principalmente as filhas que, após o casamento, tiveram domicílios nos locais de moradia dos seus maridos, como na Vila de Rezende e Barra Mansa. Um dos filhos estabeleceu-se na região de Barra Mansa, também grande produtora de café, próxima da vila de Bananal.
Logo após a morte do marido, a viúva recebeu como incumbência testamentária a tutela dos filhos, da qual prestava contas em 1856. Nela demonstrava claramente a preocupação com os direitos deles, dizendo na petição inicial "que Ella quer prestar contas de tal tutela embora à isso não fosse obrigada a fim de não se amontoar o direito dos orfãos em proveito deles..." . Esta postura pode ser percebida com a administração da Fazenda da Cachoeira, que coube em herança aos filhos Laurindo José de Almeida, Luiz Antônio de Almeida, Luciano José de Almeida e ao genro Azevedo Maia, calculada em 120 alqueires de terras de cultura, correspondendo 30 alqueires a cada um . Destaca-se o fato de transações que eram realizadas com os escravos residentes naquela fazenda e que plantavam mantimentos necessários para subsistência e vendiam para a proprietária, como o caso das plantações de feijão, cujos montantes vendidos à viúva foram totalizados em 249 alqueires .
Como benemérita da vila de Bananal, Maria Joaquina de Almeida ajudou na reforma da Igreja Matriz , que abrigava o senhor Bom Jesus, antes venerado em primitiva capelinha. Contribuiu de todas as maneiras, com dinheiro e com festas, e foi ela que doou a imagem do Padroeiro que hoje se encontra no altar central da igreja .
Em todas as listas de doações para a festa do Bom Jesus, o padroeiro da localidade, que era festejado todo dia 6 de agosto, o nome da "Matriarca de Bananal" aparecia em primeiro lugar, com a sua maior oferta. O altar de São Luciano também foi doação sua, em homenagem ao seu falecido marido, em cuja urna deveriam ser "guardados os despojos desse varão extraordinário que foi o comendador Luciano José de Almeida." .
Em junho de 1862 foi homenageada publicamente por ter concluído, às suas expensas, o Corpo da Igreja e sua decoração interna, por parte da Irmandade do Senhor Bom Jesus do Livramento, com expressiva mensagem de agradecimento da mais alta significação. Firmaram esse documento: padre João Guedes Alves Pereira, José Eloi Machado, Serafim Ferreira Paulino, José Alves de Oliveira, Francisco Xavier de Valia Durão e Francisco de Paula Ferreira .
Os incontáveis benefícios prestados a Igreja, a cidade, aos pobres justificavam o ser considerada a "Matriarca de Bananal". Não foi fundadora da Santa Casa, mas foi quem assistiu a essa instituição em todas as suas necessidades, nos seus momentos mais difíceis. Manteve a Santa Casa enquanto viveu; reabriu-a por três vezes, sendo a primeira em 1873, quando teve suas portas fechadas por absoluta falta de recursos. Da terceira vez, decidiu tomar conta dela até morrer, e assim o fez .
Em abril de 1876, Maria Joaquina foi homenageada pelos serviços prestados à vila de Bananal, com a ereção de um busto confeccionado pelo artista Antônio Basílio Monteiro, o busto foi colocado no salão principal do edifício da Santa Casa, quando foi então realizada uma esplêndida festa, digna da pessoa que a ela deu causa. O salão esteve repleto de convidados, em sua maioria membros da elite bananalense, que vieram prestar as devidas honrarias à Maria Joaquina. Dentre eles, destacava-se quase que a totalidade dos membros da família Almeida e Aguiar, além da presença do Comendador Manoel de Aguiar Valim, um dos mais ricos fazendeiros deste município. Para coroar e destacar ainda mais o pomposo evento, ao redor do venerado busto havia um círculo formado por vinte meninas da sociedade, que traziam flores em suas mãos
Por ocasião da sua morte, deixou em testamento, ainda para a Santa Casa, um considerável montante de apólices para que a mesma não perecesse. Era uma benemérita e, em todas as ocasiões em que a necessidade era premente, ela se fazia presente repartindo o que tinha em abundância. Fato observável em algumas partes do seu testamento: "Ordeno que meu testamenteiro distribua pelos pobres a quantia de quatrocentos mil réis ficando ao seu arbítrio fazer essa distribuição como e quando entender mais útil e conveniente." .
No que se refere ao relacionamento com os escravos, ficou notório o caso que aconteceu em 1873, um ano após a lei do ventre livre quando deu liberdade, sem condições, a seus escravos: João Cavaco, Maria Rebola e Catarina Rebola. Nesse mesmo dia, a seu pedido, seu filho, Dr. Laurindo José de Almeida, alforriou sua escrava Firmina .
Maria Joaquina faleceu em 02 de janeiro de 1882, e foi sepultada no cemitério da Santa Casa. Quando do sétimo dia de falecimento, a Matriz de Bananal celebrou missa por sua intenção, com uma afluência abundante de gente da cidade e das fazendas. Além desta, foram celebradas outras missas, à mesma hora, em Barra Mansa/RJ, em São Paulo, nas Fazendas Boa Vista e Bela Vista e também na Corte do Rio de Janeiro.
ALEGRIO. Leila, Donas do Café - Mulheres fazendeira no Vale do Paraíba. Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro: Letra Capital. 2011.
__________. O Café, o Vale do Paraíba e a mulher fazendeira. Disponível em: http://www.institutocidadeviva.org.br/inventários/sistemas/wp content/uploads/2009/11/28-leilaalegrio.pdf. Acessado em 18/03/2014.
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Repertório de Sesmarias. Ed. Fac-similada, São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1994.
__________. Documentos interessantes para a história e costumes de São Paulo. São Paulo: Casa Eclética, v. LXXXI, 1978.
CASTRO, Hebe Maria. SCHNOOR, Eduardo (orgs.) Resgate - Uma janela para o Oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
CHEQUER, Raquel Mendes Pinto. Negócios de Família, Gerência de Viúvas. Senhoras Administradoras de Bens e Pessoas (Minas Gerais 1750-1800). Dissertação de Mestrado. Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais, 2002.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1995.
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens Livres na Ordem Escravocrata. 3ªed. São Paulo: Kairós, 1983.
FREITAS, Maria Aparecida Rezende Gouveia de. Bananal - Cidade Histórica Berço do Café. São Paulo: Massai Ihno Roswitha Kempf - Editores. 1981.
GRAÇA, Plínio. Bananal - Terra dos Barões do Café. São Paulo: Editora Noovha America, 2006.
HAHNER, June E. Emancipação do Sexo Feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil, 1850-1940. Florianópolis: Ed. Mulheres; Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2003.
HERRMANN, Lucila. Evolução da estrutura social de Guaratinguetá num período de trezentos anos. São Paulo, IPE-USP, 1986.
Inventário post mortem e testamento de Luciano José de Almeida. Cruzeiro: Museu Histórico e Pedagógico Major Novais, Cartório do 1º Ofício, Caixa 72, N°1443, 28/08/1854.
Inventário post mortem e testamento de Maria Joaquina de Almeida. Cruzeiro: Museu Histórico e Pedagógico Major Novais, Cartório do 1º Ofício, Caixa 183, N°3725, 5 vol., 1882.
MAIA, Thereza e Tom. A Mulher e o Vale do Paraíba. São Paulo: Editora Páginas Amarelas.
MARQUESE, Rafael de Bivar. A paisagem da cafeicultura na crise da escravidão: as pinturas de Nicolau Facchinetti e Georg Grimm. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 44: p. 55-76, fevereiro, 2007.
MARQUESE, Rafael e TOMICHI, Dale. O Vale do Paraíba escravista e a formação do mercado mundial do café no século XIX. In: Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.) O Brasil Imperial Vol.II: 1831-1870. São Paulo: Civilização Brasileira, 2009.
MOURA. Carlos Eugenio Marcondes (org.). Vida Cotidiana em São Paulo no Século XIX. São Paulo: Ateliê Editorial: Fundação Editora da UNESP: Imprensa Oficial do Estado: Secretaria de Estado da Cultura, 1998.
MUAZE, Mariana. As Memórias da Viscondessa - Família e Poder no Brasil Império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
PASIN, José Luiz. A formação histórica e cultural do Vale do Paraíba Paulista. Disponível:. Acesso em: 22/04/2014.
PASIN, José Luiz. Vale do Paraíba: História e Cultura. Lorena, CCTA, 2007.
PORTO, Luiz de Almeida Nogueira. Bananal no Império: Famílias e Fazendas. Rio de Janeiro: Editora Brasil-América, 1994.
__________.Tudo Isto Aqui Já Foi Café! D.O. Leitura, SP, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1985.
RAMOS, Agostinho. Pequena História de Bananal. São Paulo: Gráfica Sangirard, 1975.
REIS, Paulo Pereira dos Reis. Lorena nos Séculos XVII e XVIII. São Paulo: Centro Cultural Objetivo/Fundação Nacional do Tropeirismo, 1988.
RODRIGUES, Píndaro de Carvalho. O Caminho Novo: povoadores do Bananal. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1980.
SAES, Flávio Azevedo Marques. As ferrovias de São Paulo: 1870-1940. 1. ed. São Paulo: Hucitec/INL, 1981.
WERNCK, Luiz Peixoto de Lacerda. Memória sobre a Fundação e Castelo de uma Fazenda na Província do Rio de Janeiro pelo Barão do Paty do Alferes. Rio de Janeiro: Editores Eduardo & Henrique Laemmert. 1863.
__________. O Café, o Vale do Paraíba e a mulher fazendeira. Disponível em: http://www.institutocidadeviva.org.br/inventários/sistemas/wp content/uploads/2009/11/28-leilaalegrio.pdf. Acessado em 18/03/2014.
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Repertório de Sesmarias. Ed. Fac-similada, São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1994.
__________. Documentos interessantes para a história e costumes de São Paulo. São Paulo: Casa Eclética, v. LXXXI, 1978.
CASTRO, Hebe Maria. SCHNOOR, Eduardo (orgs.) Resgate - Uma janela para o Oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
CHEQUER, Raquel Mendes Pinto. Negócios de Família, Gerência de Viúvas. Senhoras Administradoras de Bens e Pessoas (Minas Gerais 1750-1800). Dissertação de Mestrado. Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais, 2002.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1995.
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens Livres na Ordem Escravocrata. 3ªed. São Paulo: Kairós, 1983.
FREITAS, Maria Aparecida Rezende Gouveia de. Bananal - Cidade Histórica Berço do Café. São Paulo: Massai Ihno Roswitha Kempf - Editores. 1981.
GRAÇA, Plínio. Bananal - Terra dos Barões do Café. São Paulo: Editora Noovha America, 2006.
HAHNER, June E. Emancipação do Sexo Feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil, 1850-1940. Florianópolis: Ed. Mulheres; Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2003.
HERRMANN, Lucila. Evolução da estrutura social de Guaratinguetá num período de trezentos anos. São Paulo, IPE-USP, 1986.
Inventário post mortem e testamento de Luciano José de Almeida. Cruzeiro: Museu Histórico e Pedagógico Major Novais, Cartório do 1º Ofício, Caixa 72, N°1443, 28/08/1854.
Inventário post mortem e testamento de Maria Joaquina de Almeida. Cruzeiro: Museu Histórico e Pedagógico Major Novais, Cartório do 1º Ofício, Caixa 183, N°3725, 5 vol., 1882.
MAIA, Thereza e Tom. A Mulher e o Vale do Paraíba. São Paulo: Editora Páginas Amarelas.
MARQUESE, Rafael de Bivar. A paisagem da cafeicultura na crise da escravidão: as pinturas de Nicolau Facchinetti e Georg Grimm. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 44: p. 55-76, fevereiro, 2007.
MARQUESE, Rafael e TOMICHI, Dale. O Vale do Paraíba escravista e a formação do mercado mundial do café no século XIX. In: Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.) O Brasil Imperial Vol.II: 1831-1870. São Paulo: Civilização Brasileira, 2009.
MOURA. Carlos Eugenio Marcondes (org.). Vida Cotidiana em São Paulo no Século XIX. São Paulo: Ateliê Editorial: Fundação Editora da UNESP: Imprensa Oficial do Estado: Secretaria de Estado da Cultura, 1998.
MUAZE, Mariana. As Memórias da Viscondessa - Família e Poder no Brasil Império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
PASIN, José Luiz. A formação histórica e cultural do Vale do Paraíba Paulista. Disponível:
PASIN, José Luiz. Vale do Paraíba: História e Cultura. Lorena, CCTA, 2007.
PORTO, Luiz de Almeida Nogueira. Bananal no Império: Famílias e Fazendas. Rio de Janeiro: Editora Brasil-América, 1994.
__________.Tudo Isto Aqui Já Foi Café! D.O. Leitura, SP, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1985.
RAMOS, Agostinho. Pequena História de Bananal. São Paulo: Gráfica Sangirard, 1975.
REIS, Paulo Pereira dos Reis. Lorena nos Séculos XVII e XVIII. São Paulo: Centro Cultural Objetivo/Fundação Nacional do Tropeirismo, 1988.
RODRIGUES, Píndaro de Carvalho. O Caminho Novo: povoadores do Bananal. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1980.
SAES, Flávio Azevedo Marques. As ferrovias de São Paulo: 1870-1940. 1. ed. São Paulo: Hucitec/INL, 1981.
WERNCK, Luiz Peixoto de Lacerda. Memória sobre a Fundação e Castelo de uma Fazenda na Província do Rio de Janeiro pelo Barão do Paty do Alferes. Rio de Janeiro: Editores Eduardo & Henrique Laemmert. 1863.
Fragmento de Dissertação Apresentada na Pontificia
Universidade Catolica de São Paulo no dia 17 de setembro de 2014. A dissertação
foi orientada pela Profª. Drª Maria Odila Leite da Silva Dias.
Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo(PUC/SP), Licenciado em História pelo Centro Universitário Salesiano
de São Paulo (2009). Atualmente é Professor de Sociologia dos Cursos de
Administração, História e Pedagogia do Centro UNISAL.
LENHARO, Alcir. As tropas da moderação: o abastecimento da
Corte na formação política do Brasil (1808-1842). SP: Símbolo, 1979. p. 75.
RAMOS, Agostinho. Pequena História de Bananal. São Paulo:
Gráfica Sangirad, 1975, p. 372.
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Maços de População
da Vila de Bananal - 1822.
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens Livres na Ordem
Escravocrata, 1983, p. 209.
Meação é a parte que cabe a cada cônjuge sobre os bens que
integram o patrimônio total do casal. Corresponde à metade dos bens idealmente
considerados. Representava um importante pecúlio para viúva por força do
casamento e demonstrava a importância da mulher ao prover a casa, mesmo com
filhos maiores ou menores.
PORTO, Luiz de Almeida Nogueira. Bananal no Império:
Famílias e Fazendas. Rio de Janeiro: Editora Brasil-América, 1994.p.70.
Em 1854, Bananal já é o maior produtor da Província e do
País, com mais de 500.000 arrobas de café, e sua população de escravos, de
7.622 almas, supera muito a população branca. A riqueza do Município é de tal
ordem, que os banqueiros ingleses pedem o aval de sua Câmara para garantir os
empréstimos que o Governo Imperial negociava em Londres (PORTO, 1994, p. 100).
CHEQUER, Raquel Mendes Pinto. Negócios de Família, Gerência
de Viúvas. Senhoras Administradoras de Bens e Pessoas (Minas Gerais 1750-1800).
Dissertação de Mestrado. Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais.
2002, p.18.
HAHNER, June E. Emancipação do Sexo Feminino: a luta pelos
direitos da mulher no Brasil, 1850-1940. Florianópolis, 2003, p. 40.
CASTRO, Hebe Maria. SCHNOOR, Eduardo (orgs.). Resgate - Uma
janela para o Oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
ALEGRIO. Leila. Donas do Café - Mulheres fazendeira no Vale
do Paraíba. Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro: Letra Capital. 2011.
p.73.
Autos de Contas de Tutelas - Maria Joaquina de Almeida -
Museu H.P. Major Novaes. Caixa 80.
Segundo Carvalho Franco: "... cultivado e colhido em
medidas variáveis e beneficiado sob condições muito diversas, apenas esse
procedimento de congregar um volume apreciável do produto poderia introduzir
uma certa regularidade no fluxo da mercadoria oferecida e abrir a possibilidade
de sua padronização. De fato as remessas eram feitas pelos fazendeiros em
partidas pequenas e transações entre comissário e ensacador eram realizadas
englobando vários lotes, de diferentes procedências. Esses ensacadores, que
eram realmente os compradores de café nas praças brasileiras, revendendo-o aos
exportadores, trabalhavam com grandes quantidades de grãos, uniformizando-os,
fazendo as ligas, brumindo-os ou colorindo-os. Processavam a adaptação do
produto aos interesses e preferências dos compradores estrangeiros."
(FRANCO,1983, p.161).
Nenhum desses possuía parentesco com a família de Maria
Joaquina ou com famílias aliadas pelos casamentos dos filhos.
FREITAS, Maria Aparecida Rezende Gouveia de. . Bananal -
Cidade Histórica Berço do Café. 1981. sem paginação.
Ibidem, 1981. sem paginação.
Diante da suntuosidade das festas. D. Maria Joaquina de vez
em quando, segredava aos ouvidos dos nobres de sua família - "Tomem
cuidado, nobreza, também, trás pobreza" (RAMOS, 1974, p.378).
Não foram encontrados documentos que pudessem esclarecer a
situação do imóvel durante os anos pesquisados.
RAMOS, Agostinho. Pequena História de Bananal, 1975, p.378.
FREITAS, Maria Aparecida Rezende Gouveia de. Bananal -
Cidade Histórica Berço do Café. 1981, sem paginação.
Inventário de Maria Joaquina de Almeida - Arquivo do Museu
H. P. Major Novaes - 1882: vol. 1 - Caixa 185.
Autos de Contas de Tutelas - Maria Joaquina de Almeida -
Museu H. P. Major Novaes. Caixa 80.
Informações transmitidas pela tradição oral.
Informação oral de familiares, não comprovada por não
conseguir acesso aos antigos registros de escrituras de Bananal. (RAMOS, 1975.
P. 378).
Autos de Contas de Tutelas - Maria Joaquina de Almeida -
Museu H. P. Major Novaes. Caixa 80.
Arquivo Público do Estado de São Paulo - Registro Paroquial
de Terras de Bananal.
Comprados pela própria fazendeira como consta nos Autos de
Contas de Tutelas - Maria Joaquina de Almeida - Museu H. P. Major Novaes. Caixa
80.
Ao Bispo de São Paulo (julho - 1856): "Diz Maria
Joaquina de Almeida, viúva do falecido comendador Luciano José de Almeida, da
Freguesia do Senhor Bom Jesus do Livramento, da cidade de Bananal, desta
diocese de São Paulo que, tendo feito voto de mandar erigir um altar de canto,
junto ao arco-cruzeiro, da Igreja Matriz de sua Freguesia que, aliás, já tem
cinco altares, desejando a mesma suplicante que os ossos do seu falecido
marido, que recebeu todos os sacramentos, muito, pia e cristamente, antes de
falecer" ... se para tudo obtiver licença, sejam colocados de baixo da
urna do mesmo altar"... ficando a mesma suplicante, obrigada, por si e
herdeiros de seus bens a mandar erigir outro altar igual no outro ângulo do
arco cruzeiro"... "para se completar simetria da Igreja"...
(RAMOS, 1974, p. 377).
RAMOS, Agostinho. Op. Cit ., 1975. p. 377.
RAMOS, Agostinho. Op. Cit ., 1975. p. 377.
Ibidem, 377.
"Santa Casa: consta da lista de subscrição uma
assignatura muito importante de 3:000$00 da exma. Snra. D. Maria Joaquina de
Almeida, a benfeitora infatigável, que tantas vezes tem franqueado sua bolsa
generosa em benefícios da obra do lugar." (FREITAS, 1981, sem paginação).
FREITAS, Maria Aparecida Rezende Gouveia de. Op. cit., 1981,
sem paginação.
RAMOS, Agostinho. Op. cit.,1975, p.378.
Uma ocasião, quando o Nordeste foi assolado por grande seca,
Maria Joaquina promoveu uma semana de festas em benefício dos flagelados. Foram
quermesses, jogos, bailes, jantares, que renderam 200 contos de réis, e o
dinheiro foi enviado às cidades mais necessitadas, juntamente com enorme
quantia de víveres de sua fazenda (FREITAS, 198, sem paginação).
Inventário de Maria Joaquina de Almeida - Arquivo do Museu
H.P. Major Novaes - 1882: vol. 1 - fls. 6 e 7.
RAMOS, Agostinho. Op. cit.,1975, p.378.
Nenhum comentário:
Postar um comentário