COLÔNIA ITALIANA
A fartura com a qual correntemente
se identifica a mesa italiana, na verdade, esconde um passado muito diferente.
Tudo começou com esperanças, aliás, como quase todas as sagas, mas foi dolorosa
e árdua para a maioria dos seus protagonistas.
Embarcados em portos da Itália,
traziam além da pobreza, os sofrimentos das guerras da unificação italiana.
Saíam da terra natal com falsas promessas de que aqui teriam a própria terra
para cultivarem, mas somente no Porto de Santos é que souberam que, na verdade,
haviam sido trazidos para essa nova terra, com o intuito de substituírem a mão
de obra escrava, nas lavouras de café.
Nessa ocasião, os imigrantes foram
remanejados para várias colônias brasileiras e, algumas famílias foram então
trazidas para o recém fundado Núcleo Colonial de Quiririm, mais precisamente
118 famílias.
Alguns anos depois, ainda entregues
à própria sorte, sem assistência do governo, mas já com a terra própria, que
era o único incentivo daqueles imigrantes, receberam então o “Ouro Bendito” de
onde iriam tirar seu sustento e escrever a História de Quiririm.
Os Freis Capuchinhos, instalados no
Mosteiro da Fazenda Maristela, em Tremembé, doaram as primeiras sementes de
arroz e ensinaram a manejar a terra e a fazer o plantio. Essa técnica havia
sido trazida da França, pelos Freis. Só aí os imigrantes começaram uma nova
vida em uma nova terra.
A Colônia cresceu, seus filhos e
seus netos encheram-se de orgulho pelo progresso que propiciaram ao País, com
seu trabalho digno e laborioso. A chegada dos imigrantes italianos e a formação
da Colônia Agrícola de Quiririm abriu uma nova era para a lavoura de Taubaté e
região, chegando a liderar a produção de arroz do Estado e assim ganhar
destacada posição no conceito social taubateano devido a sua importância,
esforço e produtividade.
E assim os anos se passaram, plantio
do arroz, do café, da batata, enfim, Quiririm era eminentemente um Distrito
Agrícola. Até que, em 1989, 15 anos atrás, um filho de Quiririm, de nome JOÃO
ARISTODEMO CANAVEZI FILHO, chamado carinhosamente por nós de DEMINHO, ousou
sonhar e, mais, teve a coragem suficiente de comemorar os 100 ANOS DA IMIGRAÇÃO
ITALIANA, com uma festa. Se reuniu com amigos, não menos sonhadores e
corajosos, que foram RUBINHO DE ALMEIDA, MARCELO PISTILLI, DELMO MONTESI e
GERALDINHO VALÉRIO que, unindo esforços, realizaram a Primeira Festa Italiana
de Quirirm. Ela explodiu! Nunca se cogitou a presença de tanta gente em
Quiririm…
Não podiam imaginar que, depois de
100 anos, estariam mudando o rumo da nossa história. Quiririm, de Colônia
Agrícola passou a Distrito Gastronômico. Hoje, graças à festa Italiana, que
cresceu assustadoramente, somos conhecidos pela culinária. Quiririm é sinônimo
de boa comida e boas cantinas, e mais, pela beleza e grandiosidade da nossa
festa, que a cada ano se torna mais conhecida, não só na região e Estados
vizinhos, mas até no País. Deixamos aqui nossos eternos e mais sinceros
agradecimentos, não só aos precursores da festa, mas também aos que vieram depois,
como TELMA MAGALHÃES BASTOS, LEOPOLDO DA COSTA, CELSO BORGES, JOSÉ PISTILLI,
MARIO MARCIO GUEDES BRASIL e outros, ano a ano, cada qual na sua fase, mas
sempre lutando e tentando aprimorar mais e mais a nossa festa.
Agradecimentos também às FAMÍLIAS
ITALIANAS, que com muita garra, preparam toneladas de massas, para bem
servi-los. Sem excluir, obviamente, a Prefeitura Municipal de Taubaté, através
da sua Sub Prefeita VIVIANE ALVARENGA MANCASTROPI, que muito nos auxilia, sendo
certo que, sem sua preciosa ajuda, tudo seria muito mais difícil, e ainda ao
grande amigo e atual coordenador OSVALDO DE ALMEIDA, que com sua competência e
seriedade profissional, nos ajudou a conquistar esta vitória e é claro a
incansável guerreira MARIA APARECIDA VALÉRIO, carinhosamente chamada por PRETA,
que sempre brigando pela cultura e pela história deste Distrito ou como ela
mesmo diz do seu Povo, faz a Festa crescer cada vez mais.
Grupo
Mazzolin Di Fiori
Grupo
de dança típica italiana, fundado em 2005, no Distrito de Quiririm, pelo desejo
de pequenas meninas, que cresceram vendo os grupos de Tarantella e sonhavam um
dia também dançar em nossa festa. Composto por oito meninas, com idades entre
10 e 16 anos todas com descendência italiana.
Grupo
La Prima Tarantella
Foi
criado em 2012 com a finalidade principal de inserir nossas crianças
(descendentes de imigrantes italianos) nas tradições e cultura de nossa
comunidade de Quiririm. É uma honra poder contribuir com a perpetuação da
cultura italiana, incentivando em nossos filhos, em tenra idade, a vontade e a
alegria de participar deste movimento cultural que é a Festa Comemorativa da
imigração Italiana da Colônia Agrícola de Quiririm.
Grupo
Piccola Tarantella
Em
1998 surgia o Grupo de Dança Italiana Piccola Tarantella, crianças que de
alguma forma queriam mostrar aos outros a felicidade de serem
descendentes de um povo bravo, trabalhador e lutador, pois queriam mostrar
aos nonos todo o orgulho por serem fruto de uma raça forte de trabalhadores
incansáveis que ajudaram a construir a pátria que os acolheu.
Grupo
Santa Lucia
O
grupo foi formado em junho de 1989, logo após a 1º Festa Italiana de Quiririm,
para se apresentarem na Festa de Santo Antonio. Desde então se apresenta na
Festa Italiana e em outras cidades, outros estados levando o nome do nosso
Distrito. São 10 componentes, todas mulheres, dançando tarantella e outras
músicas que fazem parte do universo folclórico italiano.
Em
2003, forma-se o Grupo Folclórico Italiano Mirim “Santa Lucia”, com meninas
entre 3 e 10 anos. Nesses anos várias “meninas” passaram pelo grupo e várias
ainda passarão, sempre com muito orgulho de fazerem parte da história do
Quiririm.
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