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Este Blog, do Projeto Prex-Unitau Taubaté Tempo e Memória, tem como objetivo ser um canal de troca de informações sobre a História e a Memória da Região Metropolitana do Vale do Paraíba (RMVale).

sábado, 26 de julho de 2014

MEMÓRIA - Projeto Figureiros de Taubaté (Imagens) II

Arte de cores










MEMÓRIA - Projeto Figureiros de Taubaté (Imagens) I

Mãos no barro



















MEMÓRIA - Projeto Figureiros de Taubaté (Artigo)

A História da arte com argila em Taubaté

Abaixo artigo elaborado pela equipe do Projeto Figureiros de Taubaté, em novembro de 2011

A História da arte com argila em Taubaté:
proposta de ensino, pesquisa e extensão universitária.


Conhecer a História da arte com argila em Taubaté, sua História, tradição passada de mãos em mãos em diversas gerações. Avaliar a influência religiosa na construção da arte no sopro do barro. Identificar a experiência e diversidade dos agentes históricos na formação da cultura popular de Taubaté. Estes são os princípios norteadores do Projeto de Extensão Universitária da Unitau – Figureiros de Taubaté: memória e cultura, trabalho desenvolvido desde 2001.   
Os figureiros de Taubaté são artistas populares que se utilizam do barro para construir suas obras, as quais representam a cultura, a devoção religiosa e o modo de vida típico do Vale do Paraíba. Apesar de ser uma manifestação popular com 300 anos de tradição (portanto, rica em história), não há até hoje nenhum registro da vida desses artistas nem de suas obras. Diante desse contexto, a pesquisa participativa com a Metodologia da História Oral contribui na construção da cidadania desses artesãos, como uma forma de apoderamento de sua identidade (tornarem-se sujeitos de sua própria história).
A metodologia de História Oral, portanto, para nós é o caminho de investigação, mas também de formação universitária. É uma experiência inovadora para os alunos da Universidade de Taubaté. Entendemos a extensão universitária como:
“o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade” (Plano Nacional de Extensão-PNE, 2001, p.29-35).

Neste sentido, pudemos acompanhar o processo de ensino e aprendizado de diversos alunos ao longo dos últimos anos, desde o contado do acadêmico com o projeto, desenvolvimento do plano de estágio, contatos com a comunidade, elaboração de projetos de pesquisa, produzindo, inclusive, TCCs. Tal percurso ofereceu e tem oferecido oportunidades de reflexões conjuntas sobre o processo de formação universitária hoje. Temos indagações, mas também experiências bem sucedidas, apontando para a transformação do aluno em um sujeito participante, profissional e pesquisador.
A responsabilidade pela aquisição de uma formação universitária passa pelo fato de que seus estudos não se restringiram a sala de aula, abriram um universo de contatos novos com outros conteúdos disciplinares, mas também troca de saberes com a comunidade; com a possibilidade de fazer laços sociais, ouvir e intercambiar experiências, registrar histórias e produzir material científico
O presente artigo propõe reflexões sobre as experiências dos alunos participantes do projeto em relação ao processo de formação universitária.
Neste ano de 2011, somente no primeiro semestre, foram produzidos mais de 30 banners derivados do tema e da metodologia – Figureiros e grupos folclóricos que participam da Festa da Rua Imaculada, na semana do folclore.
        Os objetivos do Projeto Figureiros junto aos alunos envolvidos são: estudar a associação e o trabalho dos artesãos de Taubaté, em específico da Casa dos Figureiros, localizada no bairro da Imaculada. Valorizar o trabalho dos figureiros e figureiras e explicitar para a sociedade a relevância da associação para a região.
A população alvo do projeto são os participantes da associação e a comunidade local, entendendo assim, a relação e relevância do artesanato na cultura regional.
 As práticas dos alunos são: levantamento e análise de documentos e artigos relacionados aos figureiros; estudo e reflexão por meio de textos teóricos que auxiliam e viabilizam a o desenvolvimento das atividades de pesquisa seja feita sobre a realidade social vivida na região; bem como a devolutiva à comunidade; visitas periódicas à Casa dos Figureiros.
 Os objetivos do estágio são: complementar a formação acadêmica, pois o estágio é parte integrante deste processo; exercer a prática profissional no campo da pesquisa e análise de dados. Inserir os alunos em ações voltadas à melhoria da realidade social na região; aprofundar conceitos e possibilitar a ampliação de conhecimentos. Produzir artigos científicos a partir dos tratamentos dos dados de entrevistas e documentos relacionados à Cultura Popular de Taubaté.
As atividades/Projetos a serem desenvolvidas pelo estagiário são: leitura documental e de textos que embasam a análise dos dados coletados; Participação na análise dos dados coletados pelas entrevistas e visitas realizadas à Casa dos Figureiros de Taubaté; Participação de eventos, congressos, simpósios e seminários.
O resultado deste processo é o que vamos apresentar recorrendo a síntese elaborada pelos alunos da UNITAU. Escolhemos, como exemplo, trechos do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Cibele Minder para demonstrar como este processo vai sendo construído ao longo dos anos, e as interações que vão sendo promovidas entre os atores.
A aplicação da metodologia da História Oral é o primeiro para que os alunos possam fazer uso desta ferramenta; depois o contato com os produtores de cultura e arte, sua realidade e sua História.
O registro é um dos focos importantes do Projeto, pois considerarmos fundamentais as atividades voltadas para o desenvolvimento, produção e preservação cultural e artística regional, por meio de relatos para a preservação da memória e história regional, mas o valor das trocas simbólicas entre alunos e artesãos faz a diferença na preservação de patrimônios imateriais e à formação universitária dos alunos da UNITAU.

A mulher figureira

            Os sujeitos deste trabalho são os figureiros da Associação dos Figureiros de Taubaté. Neste contexto destaca-se a figura da mulher que, como todas as outras mulheres constituintes desta sociedade, carregam consigo preceitos de gênero, seus diversos e conseqüentes conflitos e questões tanto consigo mesmas como dentro de seu ambiente doméstico. Suas experiências relatam a história da arte figurativa, do artesanato e da Casa dos Figureiros, contextualizam a importância da memória para a cultura regional, além de enfatizar uma predominante participação feminina na associação.
Como proposta de pesquisa que abrange em grande parte o tema de gênero, a figura feminina dentro da associação é relevante ao analisar a participação majoritária por parte das mulheres.
A pesquisa se baseia nos depoimentos dados pelas figureiras, para compreender qual o significado da condição de participante para elas. Muitas passaram a ter sua arte reconhecida, e a partir do momento em que outras pessoas as valorizam, elas mesmas passam a ter uma concepção diferente de si mesmas no mundo.
Sua condição reflete a condição da mulher atual. Realidade, esta, que contém características marcadas e determinadas como vimos anteriormente, desde o momento em que se nasce; no desenvolvimento de nossas vidas e em nosso dia-a-dia.
As mulheres figureiras não fogem à regra, e também encontram suas vidas permeadas por preceitos sociais relacionados ao gênero. Muitas encontraram na arte e na participação na associação, formas de elaboração de novas experiências de realização pessoal, profissional, se desvinculando do papel doméstico que foi reproduzido à maioria delas.
            Concomitantemente à história oficialmente publicada foram feitas entrevistas com as figureiras. É sabido que publicações midiáticas sempre são levadas em maior consideração. Porém, o principal foco desta pesquisa foi a história contada pelas próprias participantes, através de suas memórias cheias de sentimentos e de realidades que viveram e ainda vivem. A História Oral possibilitou que essas mulheres tivessem voz e fossem ouvidas; que revelem histórias e informações ricas que não constam na mídia e na história oficial e que pudemos, aqui, ter a oportunidade de que elas compartilhassem um pouco de suas vidas.
            Assim, foi possível evidenciar as experiências, modos de vida e memória por meio da metodologia de História Oral.  Articula-se, em torno do estudo de concepções e abordagens em relação aos eixos temáticos: memória, gênero, experiência e cultura.Portando:

         “trabalha-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado, com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operações de variáveis” (MINAYO, 1993, p. 21-22).

As entrevistas são separadas por tópicos. Foi possível conhecer as experiências de mulheres participantes na Associação de Figureiros de Taubaté e identificar as motivações para o início do artesanato em suas vidas, bem como entender a relação com a Associação. Foi questionada qual a concepção sobre a presença majoritária feminina na associação, de onde foram extraídos pontos para a discussão de gênero, sendo importante também conhecer as expectativas quanto ao artesanato e a sua participação na entidade. Segundo Portelli (1997a, p. 15-17):
[...] a história oral é uma ciência e arte do indivíduo. Embora diga respeito, como a sociologia e a antropologia, a padrões culturais, estruturas sociais e processos históricos, visa aprofundá-los, [...] por meio de conversas com pessoas sobre a experiência e a memória individuais e, ainda, por meio do impacto que estas tiveram na vida de cada uma. [...] Não é a importância abstrata do indivíduo, alardeada pelo capitalismo competitivo e liberal, mas a importância idêntica de todos os indivíduos. 

A centralidade do sujeito é salientada pelo fato da história oral dizer respeito ao passado, ou seja, à memória. Considerando a memória um processo, e não um depósito de dados é possível constatar que, à semelhança da linguagem, a memória é social, tornando-se concreta apenas quando verbalizada pelas pessoas. Em vista disso, as lembranças podem ser semelhantes, contraditórias ou sobrepostas; porém, em hipótese alguma, as lembranças de duas pessoas são exatamente iguais.
Tal metodologia se difere de outras por possibilitar que a memória individual, incluindo suas experiências, sensações e visão de mundo, seja ouvida e ajudem a construir e complementar os fatos que constam e aqueles que são omitidos em arquivos oficiais tendenciosos à ideologia do poder dominante.
 É, portanto, caracterizada por ser uma forma de resistência ao conhecimento já sedimentado pela hegemonia da classe dominante ao longo da história brasileira, em especial do Vale do Paraíba Paulista. É uma forma de ver os fatos históricos por quem os vivenciou e pelo que representaram ao sujeito, pois este, também é um sujeito histórico, que influi e é influenciado em todo o processo. É uma relação dialética. A memória do indivíduo também é histórica, pois por ela foi fundamentada.
  Um dos historiadores que direcionou o estudo dos processos e acontecimentos históricos com foco às experiências dos trabalhadores como visto, foi o historiador inglês Edward Palmer Thompson. Desvinculou os rumos da história simplesmente por uma visão economicista, colocando também o indivíduo como sujeito histórico e produtor de cultura dando importância a tradição.
  Bezerra (1995, p.125), explica que, para E. P. Thompson: “Não são as estruturas que constroem a história, mas as pessoas carregadas de experiências.”
  Em nosso projeto constatamos que há figureiras mais conhecidas na Associação e que costumam ser mais procuradas pela mídia, para divulgação da história e cultura das artesãs. A pesquisa tem como proposta, conhecer a experiência de todas as figureiras. A metodologia que é utilizada, então, concilia com a proposta do projeto, pois as mulheres que serão entrevistadas serão escolhidas de forma que se ouça também quem não são comumente convidadas a expor suas memórias.

(...) o desafio da memória às ideologias dominantes é também uma parte do desafio de movimentos políticos de indivíduos aos poderes dominantes na economia e na política. E penso que isto se direciona também com a questão metodológica, porque acredito que a metodologia é uma extensão da política (...) parte de nosso desafio é o fato de que encaramos a memória não apenas como preservação da informação, mas também como sinal de luta e como sinal de luta e como processo em andamento. (...) a memória ‘como’ história. (PORTELLI, 2000. p. 68-69)

Assim, a riqueza das memórias individuais se entrelaça com a história do coletivo, onde diferentes vivências se desdobraram paralelamente, separadamente, mas sempre entrelaçadas com a história da Casa do Figureiro.

            A seleção dos sujeitos a serem entrevistados se deu a partir de prévias discussões sobre o que de fato seria levado em consideração de acordo com a proposta desta pesquisa.
            O escopo desta pesquisa baseou-se no seguinte questionário: nome, tempo de participação naassociação, idade, se há outra profissão além da dedicação ao artesanato, bairro onde mora, número de filhos, número de familiares na associação e suas principais peças.
            Ao escolher os artistas, pedimos a participação dos figureiros Décio e Josiane, atual presidente da associação, para ajudar na seleção das figureiras. 

Segue alguns depoimentos dos artesãos:

Benê (Benedita)

A figureira Benê, como foi possível notar em sua entrevista, participou ativamente junto à associação dos Figureiros de Taubaté. Preza pela cultura popular, descrevendo a arte figurativa dos artistas da associação, não como artesanato, mas sim, como arte popular. Fala da importância da história no processo de modelagem das peças, tanto das figureiras como do próprio artista como um sujeito histórico.
Benê é uma ativa participante. Conheceu a arte de modelar no final dos anos 90 e desde então nunca se separou da argila. Ao contrário de muitas figureiras, Benê não é oriunda de família de figureiros. Seu talento foi instigado já quando adulta junto à sua irmã, quando esta reencontrou sua amiga antiga, Josi (que está até os dias de hoje também na associação), que passou a tradição para as irmãs.

Ivete

            Ivete foi umas das fundadoras da Associação; se envolveu com o artesanato já na vida adulta influenciada pela cunhada e por observar sua madrasta a figureira Luiza. Hoje, aos seus 57 anos, é casada e tem três filhos. Mesmo passando por diversos problemas de saúde, como a superação de um câncer, nunca parou de modelar e não pensa em deixar a argila tão cedo.
As peças que mais gosta de fazer são o São Francisco, “As Trabalhadeiras” e o pavão, sendo que preza pela particularidade de cada peça e pela individualidade do artista, pois não gosta de peças copiadas.

Josi (Josiane)

Josiane, uma das fundadoras da Associação, teve seu primeiro contato com a argila logo aos sete anos de idade ajudando sua avó na pintura das peças. Parou durante uns 10 anos na vida adulta e retomou a modelagem quando sentiu necessidade de uma fonte de renda.
Com quatro filhos para criar, Josi conseguiu sustentar sua família com o auxílio das figuras formando-se em Serviço Social na Universidade de Taubaté.

O roteiro construído para estabelecer um diálogo durante as entrevistas foram transformados em subitens para apresentação dos depoimentos no TCC de Cibele Minder.

1)    Como começou e se desenvolveu o artesanato em sua vida?
2)    Como e quando se deu sua participação na Associação dos Figureiros?
3)    Como é conviver na associação onde a presença majoritária é feminina?
4)    Quais as expectativas em relação ao artesanato na sua vida e na associação?

Para exemplificar enfocamos duas perguntas: 1 - Como e quando se deu sua participação na Associação dos Figureiros? 2 - Como é conviver na associação onde a presença majoritária é feminina?

Participação na Associação dos Figureiros


Benê
(...) daí eu fui, me interessei, fiquei.  Já fui me metendo em tudo aqui, fui segunda tesoureira, presidente, vice-presidente duas vezes. E depois o pessoal queria que eu me candidatasse (...) de novo, mas daí eu falei: ‘não, agora eu to fazendo umas outras coisas’. Mas é que já me meti em muitas coisas aqui (risos), já briguei (...). Agora faz uns dois anos que (...) to afastada, agora eu to voltando. Mas eu já participei bem mesmo. (...) O SEBRAE também, teve uma época, (...) que eles receberam uma verba e estavam investindo nas comunidades. Não só aqui nos figureiros, em outros lugares.Trouxeram várias pessoas pra fazer curso aqui; (...) até eu que organizei tudo também, fizeram uma feira em São Paulo só para as comunidades que participaram desses cursos. Essa feira foi pra gente, atendemos só empresários da área de arte popular. Eu fui lá, fiquei nove dias também em São Paulo, o SEBRAE pagou tudo, foi bem legal, bem organizado. (...) Ah! O Encontro!  Fazem três anos, em 2007 (...) Foi organizado o Primeiro Encontro de Artistas Populares aqui do Brasil. Foi organizado pelo Ministério da Cultura, entre 200 comunidades foram selecionadas 10, e os figureiros estavam entre essas 10. Daí eu fui lá pro Rio de Janeiro, ficamos uma semana. Foi uma semana intensa de encontros, de manhã e a tarde. Igual nós estamos fazendo aqui, uma conversa mesmo. Os organizadores sentavam e deixavam cada pessoa de cada comunidade falar os seus problemas (...) e também as coisas boas que aconteciam.

Ivete

Prof Armindo Boll: Quando começou a associação você já começou a participar?
                                   
Ivete: Não. Porque já teve uma outra associação antes dessa. Chamava “AAVA”. Então (...) nós começamos a fazer a nossa associação de fundo de quintal que saiu da casa da Luiza. Aí de lá teve um professor (...) do IDESA, eu esqueço o nome dele agora. Foi ele que começou a incentivar a gente: “ah, porque que vocês não monta a associação?”. Aí começou, (...) acho que 12 ou 14 pessoas. (...) Porque naquela época era uma associação, tinha o que... umas 6 ou 7 pessoas. Aí ele começou a incentivar a gente: “vamos montar uma associação”. Aí até que apareceu uma moça que era do Monteiro Lobato na época. Ela se chamava Maria José, aí ela falou assim que tinha uma verba, que eles conseguiam uma verba pra nós se montasse essa associação da “AAVA”, que vinha de fundos pedidos lá do exterior, tem um nome mas eu não sei falar. Aí veio um dinheiro muito bom, que na época foi comprado pelo ACOM telefone. Tudo que precisava comprou com esse dinheiro que veio de lá. E aí sobrou muito dinheiro pra gente. Só que nesse meio tempo englobou mais outros tipos de artesanato: madeira, chinelo, pano de prato. Você entendeu? Aumentou. E o que que aconteceu com os figureiros? Chutaram nós. (...)com a conversa de que as peças da gente quebravam muito fácil, que eles não queria comprar. (...) Eles cataram o dinheiro, acabaram com tudo e nós ficamos vendo navio. Aí essa associação desmanchou. Aí foi aonde que começou essa outra, entre a gente mesmo.

Prof Armindo Boll: E essa associação anterior você lembra o nome? (...) lembra do pessoal anterior?
Ivete: Tinha o Zé Caçador que trabalhava com madeira, ele tinha fábrica de madeira. Esse daí que deu o golpe maior. Aí tinha uma outra associação que pintava quadro, chamava Josi.. é.. Aí as outras pessoas eu não conheço porque era assim... coisa de toalha, crochê, essas coisas assim, então de pessoa comum né.. Mas aí essa associação deu tudo em nada. Aí foi aonde nós começamos aqui, por intermédio da Luiza, o Ortiz prometeu essa casa pra gente e deu maior incentivo, fez e aí nós começamos em pouquinhos. Então, esse chão hoje tá bonito assim, mas antigamente era chão rústico. Nós aqui trabalhávamos, nós que limpava vidro, ninguém queria fazer nada. A turma queria entrar, mas trabalhar ninguém queria. Então, o que tá na foto alí foi os poucos que fundou aqui, que trabalharam, desde a minha filha. Aí a gente trabalhou muito pra estar no que ta hoje. Eu sou uma das fundadoras. (...) Era eu, Décio, a Luiza, Cândida, Edite, a Claudete que saiu, depois entrou a Diva, foi... acho que tem umas 14 pessoas. Era o Vagner, a Ismênia. Então, são poucas pessoas. E aí foi..por intermédio da gente foi indo, foi montando.. foi.. tá dando o que ta hoje. Então, eu acho que quem ta entrando hoje tem que agradecer muito. Só que nós fundadores não temos chance de nada. A gente não ganha nada com isso, a gente não tem..por exemplo, assim: “Ah, vamos dar uma regalia pra ela porque começou por ela”.. nada disso. A gente é igual os outros, se faltou, pagou e assim por diante. Então a gente não tem regalia de nada. Tanto que se eu precisar, eu não posso. Eu tenho que arrumar uma pessoa, se eu não arrumar uma pessoa eu tenho que pagar pra fazer meu trabalho.

Josi
(...) 94 que inaugurou aqui. Pegamos a chave em 93. 94, a Festa do Folclore já foi aqui, aqui já funcionou. Só que nós éramos 14 pessoas, na época, até o Décio achou, várias pessoas acharam que a gente não ia dar conta. O Décio e mais um menino que não ta mais aqui, o Polaquinho, tiveram a idéia de montar uma escolinha. E quem eles escolheram pra professora? Eu. (...) No início teve muito problema, porque muitas figureiras acharam que ia ter concorrência (...). Mas com o tempo foi provado que isso não acontece. Hoje nós somos 34 e muitas vezes a gente não dá conta de deixar peça na prateleira. Ninguém pegou o lugar de ninguém, cada um tem o seu lugar ao sol.


Convivência na associação e presença feminina


Benê
(...) nós aqui somos uma família. Sempre falo isso também, todo mundo fala (...) que aqui nós temos todos os problemas que uma família tem. Temos as nossas diferenças, nossas brigas, mas nos mantemos unidos porque existe o amor pelo nosso trabalho; o respeito pelos nossos colegas de trabalho, (...) somos todos iguais, somos todos artistas.A gente consegue respeitar um ao outro.Com esse tempo que a gente tá trabalhando aqui, quando um colega chega, a gente sabe se ele tá comproblema, se ele tá triste, tá alegre.Se ele quiser conversar, conversa.Se ele quiser ficar quieto, a gente respeita, entendeu? Vai lá, dá um abraço, dá um apoio afetivo. (...) Ou então, se você tem alguma divergência, você briga hoje, amanhã já tá tudo bem.(...) é uma família mesmo. (...)Somos todas (maioria) mulheres, (...) fomos donas de casa muitos anos, a vida toda e depois quando, principalmente eu (depois que) comecei a trabalhar aqui, mais que o dinheiro que a gente recebe, é o valor que as pessoas dão pro nosso trabalho. Porque quem gosta mesmo de arte, entende a arte, tem um respeito muito grande pelo nosso trabalho, entendeu? Compra às vezes uma peça mais cara, uma peça de 50 reais, 100 reais. Você vê que a pessoa não tem condições de gastar aquele dinheiro naquele momento, mas ela quer aquela peça pela arte, não só porque é uma peça bonita. Então pede desconto, ou pede pra dar um cheque pré-datado, entendeu? (...) não tem dinheiro que pague; esse prazer da pessoa valorizar o seu trabalho. Porque em casa, você todo dia, você lava, você passa, você faz a comida. É tão assim, rotineiro que as pessoas da casa não valorizam; não vê.Se não tiver pronto, reclamam. Mas se tiver pronto, passa despercebido. E aqui não, você faz aquele trabalho e a pessoa vem e reconhece, e valoriza, entendeu. E você mesmo, quando seu trabalho tá pronto, tem hora que você não acredita que fez. Nossa tem vezes que você não quer que venda.Em vez de ficar contente (fala) ‘ai, vendeu minha peça’.. (risos) e tem pessoas não consegue colocar pra vender mesmo. Não consegue!

Ivete
Prof Armindo Boll: Você produz na sua casa mais que aqui?
                                    Ivete: É, eu faço mais na minha casa do que aqui. Aqui eu não gosto, sabe por quê? Eu sou uma pessoa que gosto de sentar, pegar, trabalhar, e concentrar. Agora chega um e conversa daqui, daqui um pouquinho outro conversa de lá. Eu saio do serviço e o que quero fazer não sai. E fora os bicos que dão, né.

Cibele: Como é trabalhar, fazer parte de uma associação que é majoritária de mulheres?

Ivete: Eu sou uma pessoa da paz. Sabe, eu sou uma pessoa que posso ouvir o que for e escutar o que escutar. Eu to na minha. Porque eu sou uma pessoa invocada, você entendeu? Se pisar no meu calo, você pisa pra sempre. (...) Há quantos anos eu to aqui dentro, ninguém mexe comigo, ninguém vem criar caso por causa de ser sincera e invocada. (...) você vê que hoje eu cheguei,quantos abraços. (...) Então, por isso que eu não gosto muito assim. Todo lugar que tem muita mulher sempre tem uma confusão, isso aí não é só aqui. Eu converso com muita gente, tem em todos os lugares. Fábrica, escola, sempre tem fofoca e conversa. Por isso que eu gosto de ficar bem pouco, você entendeu?


Josi
Cibele: E como é pra você trabalhar numa associação que é de presença majoritária feminina?
Josi:Olha, eu vou falar pra você; como mulher te digo. Não é fácil, não. Porque a mulherada tá muito esperta.Sabe muito bem o que quer. (...) Eu acho ótimo. Porque quando uma cobra a outra já ta cobrando do lado de lá e acho que é isso que impulsiona também. Muitas vezes a gente ta fazendo alguma coisa, aí vem a outra e dá um palpite. Nem pergunta se você quer saber do palpite, (...) No final tudo dá certo. Eu gosto daqui, porque as pessoas têm sua opinião, ela dá sua opinião, ela se expressa, ela mostra sua identidade.

Cibele: Rola uma troca..

Josi: Exatamente. E eu estimo muito isso. Porque eu chego e falo, não é igual umas e outras aí. “Ah, vamos fazer isso? Porque você não faz aquilo? Porque você ta fazendo isso, não sei o que, não sei o que”. Quero que ela faça sua parte, mostre o que é capaz. Todos nós somos capazes de alguma coisa. E isso eu aprendi no Serviço Social, com certeza.


Condição de mulher e o trabalho fora de casa

Benê

                                    Cibele: A partir do momento em que você começou a modelar e ocupou bastante do seu tempo modelando. Como ficam os afazeres de casa?

                                    Benê: (risos) Fica tudo! Você acorda, você sente aquela necessidade de fazer o seu trabalho. Porque quando eu tô trabalhando, e a maioria dos figureiros são assim, a gente esquece de comer, ir ao banheiro, esquece de tudo. Porque você começa uma peça, vai ficando empolgada, quer terminar, fazer. Então, você larga tudo.

                                    Cibele: Mas teve cobrança em relação à isso em casa?

                                    Benê:Olha, de todo mundo, viu. Mas não adianta. (...) Quando eu tô viajando, eu esqueço de tudo; eu tôalí naquele local fazendo o meu trabalho. Esqueço que eu tenho casa, que eu tenho marido, filhos (...) Todo mundo é assim. Porque quando se prepara pra fazer seu trabalho, você se concentra aqui. As pessoas perguntam: “quando você tá trabalhando, no que que você pensa?”. Eu não penso em nada. Pensoalí naquele momento, tô curtindo aquele momento, entendeu? De estar modelando, fazendo. Você esquece da hora e não fica pensando: ‘ah, tenho conta pra pagar’. Não. Você está alí, (...) interagindo com a argila. (...) Muitas mulheres aqui tiveram que brigar em casa pra conseguir ser figureira. Porque toma muito tempo, daí o marido fica se incomodando. Então teve mulheres aqui que batalharam pra conseguir ficar sendo figureira. (...) O marido fica bravo. Tem casos de algumas mulheres aqui que ficaram porque tiveram que fazer força mesmo, brigar em casa pra conseguir.(...) A arte falou mais alto. Com certeza.

Ivete
Cibele: quando você começou a produzir artesanato, você trabalhava com alguma coisa antes ou não?

Ivete: eu não trabalhava fora. Era dona de casa mesmo. Mas aí depois comecei, não parei mais. E já era pra ter saído, a turma fala, meu marido quer arrancar, falei pra ele: “eu largo de você e não largo daqui”. Ele acabou de ir embora e ainda falou pra mim: “é mais fácil fazer sua caminha e levar lá na Casa do Figureiro”. Falei: “É isso mesmo. Eu largo de você e não largo da Casa do Figureiro. Porque eu sei que eu posso contar com alguma coisa, mas com você, meu filho”.

Cibele: E teve alguma dificuldade em casa, assim, quando você começou a sair pra vir aqui?

Ivete: Ah, sim! Sim porque meu marido pega muito no meu pé, meu marido é muito chato.

Cibele: Mas ele te conheceu já aqui..ou não?

Ivete:Não. A gente já tava casado, já bem há bastante tempo, né, já.. Minha filha, essa Silvana, já tava com oito anos já. Silvana já ta com trinta e oito já.. É, tem chão. Já podia estar aposentando, mas..não tem aposentadoria pro figureiro.

.                                   Cibele: Teve muita cobrança dentro de casa por conta de você passar muito tempo aqui?

Josi: Ah, com certeza! (...) os filhos crescem, mas não sabem que a mãe fica cansada, descansar, de sossego. Tenho um filho de 28 anos.Às vezes quando ele chegava em casa, já tinha comida pronta, roupinha lavada. Como eu fui trabalhar fora, estudar e correr tudo, essas coisas foram ficando. Muitas vezes nem a janta eu fazia. Cada um se vira, ninguém mais é criança. Aí uma noite, ele chegou em casa e falou assim: “É mãe, você já foi uma mãe que se preocupava com seus filhos”. Eu tive que ouvir isso né. Aí eu disse pra ele: “você, meu filho, já foi um filho que precisava tanto do colinho de mamãe. Não precisa mais. Tem que aprender a andar com as próprias pernas”. Aí, nossa. “Credo mãe!”. Falei: “Ué, a gente ta conversando de boa”. Quando a minha mãe morreu, eu tinha 22 anos, meu pai casou de novo, eu tive que viver minha vida. Então, você pensa que vai ter mãe até quando?

Cibele: O que você mais sentia falta?
Josi: Falta de tempo... Eles ficaram muito tempo na creche enquanto eram criança, depois ficaram com a babá porque eu tinha que trabalhar. Então isso eu acho que faltou, mais tempo meu com eles quando eles eram mais crianças. (...) Nossa, sempre foi uma loucura. Eu trabalho desde os 15 anos de idade, comecei trabalhando num escritório de contabilidade. E eu sempre fui muito ativa com as coisas, não tinha tempo nem pra mim. Agora que eu to querendo arrumar um tempo pra mim, meus filhos ficam me cobrando.(...) Mas tá bom, do jeito que ta, valeu a pena. Até agora tem valido. (...) Acho que o importante é isso, né. O professor João de Oliveira que foi professor da UNITAU deu aula de português, no primeiro ano ele falou na sala assim que a gente deve fazer tudo o que nos dê prazer. Se você ta trabalhando em uma coisa e você ta aborrecida, então você sai fora e vai procurar o que você gosta de fazer.


Os conceitos de memória, gênero, experiência e cultura são fundamentais para analisar e compreender as falas e as entrelinhas de Benê, Ivete e Josi. Com a História Oral foi possível reconstituir a memória dessas mulheres, compreendendo qual o posicionamento dentro da associação como mulher e artista.
Pesquisar os meandros desse processo é uma possibilidade de (re)conhecer expressões culturais através dos significados atribuídos pelas próprias figureiras, a partir de suas experiências.
          A questão de gênero se mostra presente nos relatos dados por elas. Para a figureira Benê o envolvimento com a argila e a conseqüente participação na Casa do Figureiro possibilitou que se deslocasse do âmbito doméstico para uma associação que hoje até a denomina de “família”. Essa mudança em sua vida possibilitou que a figureira tivesse seu talento valorizado no meio artístico.
Dentro da Associação, há conflito de diferentes posicionamentos em relação à presença feminina. Ivete aponta: “(...) todo lugar que tem muita mulher sempre tem uma confusão, isso aí não é só aqui. Eu converso com muita gente, tem em todos os lugares. Fábrica, escola, sempre tem fofoca e conversa. Por isso que eu gosto de ficar bem pouco, você entendeu?”.
          Para Josi na associação as mulheres criam abertura para se expressar. É possível extrair de sua fala a não conciliação com um posicionamento passivo por parte das mulheres; a necessidade de que haja participação ativa das figureiras na Associação e em qualquer outro ambiente. Como diz: “Eu gosto daqui, porque as pessoas têm sua opinião, ela dá sua opinião, ela se expressa, ela mostra sua identidade (...) Quero que ela faça sua parte, mostre o que é capaz. Todos nós somos capazes de alguma coisa.”.
         
          A cobrança por parte das famílias para que o papel feminino socialmente estabelecido fosse cumprido aparece também nos depoimentos e mostra como a cultura muitas vezes impede a ascensão e visibilidade dos sujeitos por amarras socialmente/historicamente estabelecidas. As três figureiras tiveram dificuldade em se dedicar à figura no início e até nos dias atuais por conta de cobrança em casa. Por investirem suas expectativas em projetos pessoais deixariam de ter tempo para condizer com o papel de mãe/esposa/dona de casa.
          Felizmente elas enfrentaram as cobranças e não cederam. Benê já diz: “Muitas mulheres aqui tiveram que brigar em casa pra conseguir ser figureira. Porque toma muito tempo, daí o marido fica se incomodando. (...) O marido fica bravo. Tem casos de algumas mulheres aqui que ficaram porque tiveram que fazer força mesmo, brigar em casa pra conseguir.(...) A arte falou mais alto. Com certeza.”
         
          A naturalização pelo senso comum das expressões da questão de gênero repousa no dia-a-dia. Não há valorização dos afazeres domésticos. Benê nota tal expressão e faz a diferenciação que ocorre com a liberdade de criação na arte: “(...) Somos todas (maioria) mulheres, (...) fomos donas de casa muitos anos, a vida toda e depois quando, principalmente eu (depois que) comecei a trabalhar aqui, mais que o dinheiro que a gente recebe, é o valor que as pessoas dão pro nosso trabalho. Porque quem gosta mesmo de arte, entende a arte, tem um respeito muito grande pelo nosso trabalho (...)esse prazer da pessoa valorizar o seu trabalho. Porque em casa, você todo dia lava, passa, faz a comida. É tão rotineiro que as pessoas da casa não valorizam; não vê. Se não tiver pronto, reclamam. Mas se tiver pronto, passa despercebido. E aqui não, você faz aquele trabalho e a pessoa vem e reconhece, e valoriza, entendeu”.
                       
Com a arte figurativa foi possível que expressassem também suas memórias, lembranças relevantes no decorrer de suas histórias de vida. Uma das figuras que Josiane costuma fazer ilustra sua condição como mãe solteira, chefe de família numa casa com quatro filhos:

“O que eu mais gosto de fazer é a galinha d’angola, as galinhas com as galinhas em cima. (...) Pode parecer até estranho falar, mas quem conhece a minha vida intimamente vai entender. Eu sempre criei meus filhos sozinha. Tenho quatro filhos, dois meninos e duas meninas e foi um sufoco, sabe. Então, quando vejo a galinha com as galinhinhas penduradas em cima, acho que sou eu, carregando a filharada, carregando tudo nas costas sozinha.” (Josiane Sampaino)

            Já Benê, se identifica fazendo outra peça que é o fogão à lenha em que relembra sua infância com o avô: “Não sei por quê. Na casa do meu avô tinha um fogão à lenha. (...) Daí, eu adoro fazer o fogão a lenha.” Uma peça que certamente lhe remete à pensamentos carregados de afetividade.

            Marilena Chauí (1997, p. 129) nos fornece auxílio na compreensão: “A memória pura ou a memória propriamente dita é aquela que não precisa da repetição para conservar uma lembrança. Pelo contrário, é aquela que guarda alguma coisa, fato ou palavra únicos, irrepetíveis e mantidos por nós por seu significado especial afetivo, valorativo ou de conhecimento.
            No XXV Simpósio de História do Vale do Paraíba (Lorena 2011), oito alunos do primeiro ano de História, disciplina Regional I, apresentaram banners com temas derivados do Projeto Figureiros de Taubaté como: Metodologia da História Oral, grupos folclóricos da Festa da Rua Imaculada e as próprias figureiras. Dentro do seminário, o tema da Metodologia foi apresentado em sua forma completa de trabalho: preparação através de um curso de capacitação (realizado durante três finais de semana); visita às figureiras e aos grupos folclóricos; entrevistas; transcrições; produção de material científico apresentação em sala de aula; exposição em congressos e simpósios, retorno a comunidade.
            Parte dos trabalhos foram mostrados no XV Congresso Brasileiro de Folclore e X Festival de Cultura Paulista Tradicional, (São José dos Campos 2011), dentro do tema História e Folclore: caminhos que se entrecruzam. As experiências destes dez anos de trabalho com os artistas da Rua Imaculada fizeram parte do curso para professores participantes do Congresso. A Educomunicação é referência ao Projeto das Figureiras. Este novo enfoque vem a fortalecer a Metodologia da História Oral, referenciando novas abordagens acadêmicas científicas, mas não perdendo seu principal objetivo: o ser humano.


Referências Bibliográficas:

FENELON, D. R.. E.P.THOMPSON:UMA BIBLIOGRAFIA SELECIONADA. REVISTA PROJETO HISTÓRIA, SÀO PAULOTHOM, v. 12, p. 129-138, 1995.

MARTINELLI, Maria Lúcia. Identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 1995.

THOMPSON, Edward P. A Formação da Classe Operária Inglesa. "A maldição de Adão", vol. II, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, 1992.


WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1979.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

CONVITE - Devoção das antigas romarias

Devoção das antigas romarias das famílias do Bairro Rural do Tataúba à Aparecida

Em prol da Construção da Sacristia da Capela Nossa Senhora Aparecida

Dia 03 de Agosto - Celebrando o Mês das tradições do povo brasileiro

8h - Santa Missa
Logo Após – Degustação, sabor das romarias - Vevó à moda da roça, Pão de caldo de cana e café de coador – Preço R$ 3,00
Exposição - Memória das antigas romarias - fotos, objetos, relatos, literatura

10h30 - Teatralização de antiga romaria pelas crianças descendentes dos antigos romeiros do bairro

12h - Almoço romeiro: arroz, arroz com urucum, tutu de feijão, frango de romaria; sobremesa: doce seco e café de rapadura

14h - Feira de artesanato típico e picuá literário

16h - Bingo de prendas do universo folclórico

18h - Momento azul: preces e serenata à Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Organização: Capelenses de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Coordenadora: Laiza Cristina de Siqueira Pereira

Maiores informações com Profa. Cida, a Cida do Indio: cidadoindio@hotmail.com

Portas e janelas - Cunha