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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ARTIGO



Série Raízes do Brasil
PARTE 2

 
Prof. Dr. José Murilo de Carvalho 
Foto divulgação - Companhia das Letras



Os Bestializados e a República que não foi
 

Os funcionários públicos e a República


Outro grupo que merece referência é o dos funcionários públicos, operários dos arsenais do Exército, da Marinha, das ferroviárias, dos gráficos, da casa da moeda, portuários. Eles viam na República uma oportunidade de redefinir seu papel político.

Em 1890, criaram o Partido Operário, abrigando também operários do setor privado. Havia disputas entre líderes operários, como França e Silva, que lutava por um partido controlado pelos próprios operários, e o tenente José Augusto “Vinhaes”, que esteve envolvido em diversas greves políticas, como as dos ferroviários, em 1891, e as dos estivadores, carroceiros e ferroviários, em 1900. Ele elegeu-se para constituinte com apoio dos operários, forçou o governo a mudar o Código Penal sobre as greves e a coligação operária, lutou pelo aumento dos salários e defendeu a ampliação de votos ao povo em geral, servindo de intermediário entre os operários e o governo.



A influência do Positivismo

Outro aspecto que o autor ressalta é a influência do Positivismo em quase todas as lideranças republicanas. A noção positivista de cidadania não incluía os direitos políticos, não aceitava os partidos e a democracia representativa. Os direitos não podiam ser conquistados, o povo deveria ficar à espera da ação iluminada do Estado.

Houve várias tentativas de formar partidos socialistas operários no Rio e em São Paulo, nas duas primeiras décadas republicanas. As propostas eram: maior participação e reformas sociais.

A rigidez e a resistência em ampliar a cidadania do sistema republicano só deixavam ao operário a opção entre o socialismo reformador – os que defendiam cooperação com o governo – e o anarquismo revolucionário – os que rejeitavam totalmente o sistema político.

Os anarquistas, numa visão coletivista, eram pela revolução social, pela abolição da propriedade privada e do Estado, mas admitiam o sindicalismo como instrumento de luta. Os anarquistas individualistas, por sua vez, pregavam a abolição do Estado, porém eram contra toda forma de organização que não fosse espontânea, além de desejarem a manutenção da propriedade privada após a revolução.

Tanto estes como aqueles repudiavam o Estado e tinham aversão à luta política por meio de partidos e eleições.

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