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Este Blog, do Projeto Prex-Unitau Taubaté Tempo e Memória, tem como objetivo ser um canal de troca de informações sobre a História e a Memória da Região Metropolitana do Vale do Paraíba (RMVale).

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Taubaté Tempo e Memória - 007 - CTI - A



PATRIMÔNIO: Prédio da CTI
FICHA Nº: 005

PROPRIEDADE/COORDENADOR
Prefeitura de Taubaté.

OBSERVAÇÕES

01.  Companhia Taubaté Industrial - CTI e Departamento de Arquitetura
Seu estilo remota a poética usada na Praça do Arco do Triunfo, em Paris, projetada para evitar que uma manifestação fechasse a fábrica, possuindo várias vias de acesso, não tendo como bloquear todas as ruas ao mesmo tempo, o prédio central de escritórios da CTI é uma das construções mais expressivas ao Art déco. Esta escola, que está estreitamente conectada às características modernas e vanguardistas deste período, servindo de modelo para diversas indústrias no Estado de São Paulo. A composição volumétrica do edifício é escalonada, integrada por prismas ortogonais, um dos quais se eleva, incorporando grandes janelas, subdivididas em vãos menores que enfatizam sua altura. No alto, ostenta um grande relógio circular, que ganha expressividade por integrar-se às formas escalonadas. Os volumes são dotados de pilastras com arremates escalonados e utilizam o recurso da sobreposição de planos de fachadas. No bloco inferior, os cheios se sobrepõem aos vazios e a ênfase é colocada na entrada, com seu amplo portão sob marquise. Os outros prédios da fábrica, dispostos em torno desta edificação central, adotam características semelhantes entre si. Nestes casos, contrastando com o tijolo aparente das paredes, as pilastras recebem um revestimento em argamassa de pó de pedra e mica, muito utilizada no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, sob o nome de cirex ou “granito”. O edifício Félix Guisard foi tombado pelo Condephaat, onde hoje funciona o Departamento de Ação Social da Prefeitura e na chamada quadra E o Departamento de Arquitetura da UNITAU.
Referência: Consulta realizada com o professor Doutor
ADEMIR PEREIRA DOS SANTOS


Livros

ORTIZ, Marco Antônio Moreira. A trajetória da Companhia Taubaté Industrial: CTI. São Paulo: FAPESP, 2006.
  
RICCI, Fábio. Indústrias têxteis na periferia: origens e desenvolvimento: o caso do Vale do Paraíba. Taubaté: Cabral Livraria e Editora Universitária, 2006.

__________. Vilas operárias de Taubaté: contribuição ao estudo da urbanização. Revista Ciências Humanas/Universidade de Taubaté, Taubaté, v. 8, n. 2, p. 93-98., jul./dez. 2002.

SEVERIANO, Erika Cristina de Campos. Trabalho, rotina e família: um estudo de caso sobre as operárias da Companhia Taubaté Industrial (1891 - 1915). 2011. 62 f. Monografia (Graduação) - Universidade de Taubaté, Departamento de Ciências Sociais e Letras, Taubaté, 2011., Taubaté.


01. Pesquisa

A Companhia Taubaté Industrial: 
um estudo de caso de menores operárias na década de 1960

Autoria
Ana Paula Claro Fernandes e Janaína Oliveira Santos Silvestre, discentes do 5º semestre do curso de História

Orientador
Prof. Me. Armindo Boll

Identificação institucional   
Universidade de Taubaté – Departamento de Ciências Sociais e Letras

Problema considerado e objetivos
A Companhia Taubaté Industrial -CTI, fundada por Félix Guisard, em 1891, na cidade de Taubaté. Era uma indústria de tecidos pioneira no Vale do Paraíba. Seus principais produtos eram tecidos lisos, como morins, brins riscados, toalhas felpudas e cretones. Os morins alvejados, conhecidos como Morim Ave Maria, tornaram-se referência no país inteiro.
A CTI, que empregou cerca de 2000 funcionários, encerrou suas atividades em 1983. O conjunto de prédios onde funcionava a fábrica e a parte administrativa abriga atualmente o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Taubaté e a torre do relógio onde funciona atualmente a secretária de serviços sociais e outras repartições públicas da prefeitura municipal de Taubaté e é um símbolo da cidade. Foi tombado pelo Condephaat o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.
O objetivo desta pesquisa foi o estudo de caso de operárias menores de idade que trabalharam na fábrica na década de 1960. Além disso, buscou-se compreender a importância da Companhia para a economia de Taubaté e região e para a vida de seus trabalhadores.

Revisão temática                   
As principais referências foram os livros “Indústrias Têxteis na Periferia - Origens e Desenvolvimento: O Caso do Vale do Paraíba” e “Vilas Operárias de Taubaté: um estudo introdutório” de Fábio Ricci.

Fonte mais significativa
Além da bibliografia pertinente ao tema consideramos como mais significativa as fichas de admissão de funcionárias e as entrevistas realizadas com antigas operárias, as quais estão no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade de Taubaté.

Método
A metodologia foi dividida em três etapas: revisão bibliográfica, seleção prévia e análise de fichas de admissão arquivadas no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade de Taubaté e realização de entrevistas por meio do recurso da história oral.

Resultados
Posteriormente à análise das fichas e dos depoimentos colhidos, observou-se que as operárias apresentavam algumas características em comum, tais como nacionalidade brasileira, residência no Vale do Paraíba, pai e/ou mãe como beneficiários, pagamento de imposto sindical e jornada de trabalho igual. Entretanto, suas funções e salários eram variados. As remunerações das funcionárias menores de idade eram inferiores a dos adultos, ainda que cumprissem a mesma função e horário.
Entendeu-se que a CTI foi fundamental no processo de industrialização e na vida dos moradores de Taubaté e do Vale do Paraíba, posto que contratou muitos trabalhadores desempregados após o declínio da produção cafeeira e ofereceu uma nova perspectiva de trabalho às mulheres de uma sociedade que desvalorizava o trabalho feminino. Ademais, constatou-se a falta de uma legislação que proibisse ou regulasse o trabalho de menores de idade, pois, frequentemente, abandonava-se os estudos para contribuir no sustento de suas famílias.

Referências bibliográficas
ANDRADE, A. C. A.; ABREU, M. M. História de Taubaté através de Textos. Taubaté, SP: Prefeitura Municipal de Taubaté, 2º Edição, 2004.
GONÇALVES, M. C.; SILVA, J. J.; CUNHA, D. T. Taubaté: Viagem Pela História da Nossa Cidade. Taubaté, SP: Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade de Taubaté - CDPH, 2009.
RICCI, F. Indústrias Têxteis na Periferia - Origens e Desenvolvimento: O Caso do Vale do Paraíba. Taubaté: Cabral, 2006. 
RICCI, F. Vilas Operárias de Taubaté: um estudo introdutório. Taubaté: UNITAU, 2013.
SEVERIANO, E. C. C.; Trabalho, Rotina e Família: Um estudo de caso sobre as operárias da Companhia Taubaté Industrial (1891-1915). Trabalho de Conclusão de Curso em História. Taubaté: UNITAU, 2011. 


02. Entrevista com o Prof. Me. Armindo Boll

Quando e como se inicia a história da CTI?
Em 4 de maio de 1891.

De que forma a sua “criação” contribuiu para o desenvolvimento econômico de Taubaté?
Sendo uma das primeiras indústrias da região sua contribuição não se restringiu somente a Taubaté. Após as sua crises (incêndio, quebra da bolsa de Nova York) chegou a funcionar, na década de 30-40, com mais de mil teares, empregando cerca de 2.400 funcionários, exportava para os países Aliados (liderados pela Inglaterra; URSS; França e E.U.A) e para o “Eixo” (Alemanha; Itália e Japão), este último através dos navios argentinos, via porto de Santos.

Instalação das Indústrias no Vale do Paraíba:

Empresa
Ano
Ramo
Cia.Taubaté Industrial
1891
Têxtil
IMBEL
1909
Químico
Refinaria de Açúcar Irmãos Escada
1909
Alimentos
Fábrica Teci
1914
Têxtil
Malharia N.S. da Conceição
1879
Textil
Bonádio S.A
1920
Cerâmica
Cerâmica Santa Cruz
1924
Cerâmica
Tecelagem Parahyba
1925
Têxtil
Cia.Fiação Lanifício Plástico
1927
Químico
Produtos Alim.Embaré
1930
Alimentos
Fábrica de Botões Corozita
1935
Vestuário
Frigorífico Cruzeiro
1939
Alimentos
Cerâmica Weiss
1942
Cerâmica
FNV (Fábrica Nacional de Vagões)
1943
Transportes
Fábrica de Papel N.S.Aparecida
1944
Químico
Rhodia
1946
Químico
Cia.Cícero Prado
1946
Químico (papel)
Produtos Alimentares Vigor
1950
Alimentos
Johnson & Johnson
1953
Químico
Tecelagem Madre de Deus
1953
Têxtil
Ind.Química Taubaté
1954
Químico
Plasbaté
1954
Químico
Ericsson
1955
Telecomunicações
Basf
1955
Químico
Mecânica Pesada
1955
Metalúrgico
Tecelagem e Fiação Kanebo
1956
Têxtil
Eaton
1957
Mecânica/Metalúrgica
Indústria de Óculos Vizion
1957
Ótica
Ford S.A do Brasil
1958
Metalúrgico/Mecânico
Mafersa
1958
Material Ferroviário
AISA
1959
Metalúrgico/Mecânico
Alpargatas
1960
Vestuário/Calçados
Textilquímica/
1961
Química
General Motors
1959
Automobilístico
Providro/ Grupo CEBRACE
1963
Vidraria
Schrade do Brasil
1964
Automobilístico
Amplimatic
1964
Equip. Eletrônicos
Avibrás
1965
Aeroespacial
Embrear
1969
Aeronáutica
Bandiy Tubing
1970
Mecânico
Kodak
1972
Químico
Volkswagen
1973
Automobilística
Philips
1973
Eletrônico
Metalúrgica Fiel
1973
Metalúrgico
Monsanto
1975
Químico
Kone
1976
Metalúrgico

Quais influências a CTI exercia nas cidades vizinhas?
O próprio processo de industrialização. O vanguardismo da administração levou, em 1913, a elaboração da construção de uma usina hidrelétrica própria. Os trabalhos foram iniciados em 1922 tendo sua conclusão em 14 de Julho de 1927 no Município de Redenção da Serra.

Além do desenvolvimento da cidade, de que forma houve contribuição para a cultura taubateana?
Félix Guisard era um homem a frente do seu tempo. Seu interesse com a cultura fica evidenciado em ações como os investimentos em escolas, clube social, escolas pré-infantis, cine teatro, grupo teatral, orquestra, jornal e banda de música.

De que forma a população taubateana “dependia” da CTI?
Pode-se dizer que, durante décadas, a economia taubateana orbitou ou em torna da CTI. No início da década de 40 a população taubateana era de 28.000, quase 10% trabalhava diretamente com a CTI, fora os indiretos.

O professor Robson Bastos, do Departamento de Comunicação Social, desenvolveu um projeto em que reuniu vários jornais da CTI e pretende disponibilizá-los na internet. Por que é importante manter essa história viva?
Fundamental para o estudo e pesquisa deste importante patrimônio histórico do Brasil. O projeto de extensão universitária Taubaté Tempo e Memória, que coordeno, tem esta missão: levar para a sociedade os saberes pesquisados e produzidos dentro da UNITAU. Vale destacar que o tema é debatido e pesquisado na disciplina História Regional do curso de História da UNITAU.


De que forma os aspectos da CTI se refletem na sociedade taubateana hoje?
Como falei antes, o vanguardismo e o arrojo de Félix Guisard promoveram uma visão industrial em Taubaté.

Existe algum trabalho de referência – livro, pesquisa, estudo – sobre a CTI além do projeto do professor Robson Bastos?
Sim, cito alguns mas a bibliografia é bem vasta:
  1. Industrias Têxteis na Periferia Origens e Desenvolvimento: O Caso do Vale do Paraíba, de Fabio Ricci;
  2. Empresariado Industrial, Trabalho e estado. (Tese de Doutorado em História), de SJ Pesavento;
  3. Taubaté e a Alternativa Industrial: 1891- 1933. (Dissertação de Mestrado em História Social) de MAM Ribeiro;
  4. A Companhia Taubaté Industrial. O empresário, a empresa e a cidade. (Dissertação de Mestrado em Economia) de PG San-Martin;
  5. Felix Guisard: A trajetória de um pioneiro, de C Martins;
  6. A Ação Social de Félix Guisard na CTI- Companhia Taubaté Industrial -  (1910-1930). TCC - Unitau, Taubaté, de RS Figueira;
  7. A trajetória da Companhia Industrial Taubaté – CTI, de Marco Antônio Moreira Ortiz;
  8. Os Fundamentos históricos da Industrialização no Vale do Paraíba, de José Luiz Pasin.

COMPLEMENTAR

Texto 1 – Primeiras fábricas do Vale


A primeira empresa instalada no Vale foi a Santo Antônio, localizada em São Luis do Paraitinga, em 1875, pelo Coronel José Domingues de Castro

Visava aproveitar a produção de algodão na região

Toda a produção era feita na fábrica

Teve influência do empresário inglês Sherrington, dono da fábrica Pau-Grande

Possuía 75 funcionários e em sua maioria eram franceses

Teve influência considerável na economia da região

Teve uma década de funcionamento, pois a construção da estrada de ferro D. Pedro II que ligava São Paulo – Rio não passava por São Luis do Paraitinga

Pode-se observar a da região pelos investidores originários de centros maiores, como o já citado Sherrington e Guisard

Houve em Jacareí uma fábrica de meias, fundada por volta de 1879 por Luiz Simon

Após vários donos, em 1918, passa a se chamar Malharia Nossa Senhora da Conceição

As instalações acompanhavam a tendência de modernização tecnológica

Nas décadas finais do século XIX, contribuíram para o desenvolvimento das industrias têxtil com a expansão dos investimentos externos e o crescimento dos mercados mundiais

As indústrias que passaram a ter investimentos estrangeiros tornaram-se referências na região

A construção da ferrovia ajudou no escoamento da produção

Nesse momento não havia grande progresso econômico, pois havia apenas quatro empresas em pleno funcionamento.

Quanto aos artigos fabricados havia os tecidos e os vestuários acabados

Há investimento tanto na produção como na infra-estrutura.

A importação dos maquinários vinha principalmente dos Estados Unidos, Holanda, França e Inglaterra. Posteriormente com a Alemanha e a Itália

Aumenta o operariado nacional

Há indícios de movimentos operários na região

“Em Taubaté, há referência de uma greve ocorrida pouco antes de 1910, liderada por uma mulher chamada Maria Homem. A greve foi tratada a espingarda e Maria Homem foi expulsa e colocada no primeiro trem que passou”. (RICCI, 2006, p. 89)

Texto 2 - CTI

Fundada em 4 de maio de 1891;

Um ano depois houve a montagem das máquinas e acabamento dos prédios;

1893 – início da produção: camisa de meia com fios importados da Inglaterra;

1896 – primeira crise para a CTI;

1898 – Incêndio com prejuízos incalculáveis.

A época da Segunda Guerra Mundial foi o período mais próspero da CTI no mercado nacional, destacando-a na Indústria Têxtil na América Latina.

Controle acionário: Família Guisard (até 1950), Grupo Veloso Borges (1953 a 1970) e Cia Nacional de Tecidos Nova América (1970 a 1983, quando a CTI fecha).

“A Companhia Industrial (CTI) foi um pólo industrial no Vale do Paraíba paulista. A empresa modelo, que manteve no passado uma usina própria; creche; escola; clube social, com grupo teatral e orquestra; cooperativa; estádio de futebol, jornal; banda de música e colônia de férias para operários em Ubatuba, tornou-se apenas uma lembrança do que foi um dia.” Antônio Carlos de A. Andrade

Concebido em 27 de setembro de 1938, a torre com 10 andares e um relógio no topo, se tornou um marco da cidade de Taubaté. “Edifício Félix Guisard”.

A torre do relógio foi tombada pelo CONDEPHAAT.

Com a instalação da CTI, Taubaté passou a sofrer mudanças tanto no aspecto social e econômico quanto físico e geográfico.

Além de abrir caminho às outras indústrias, favorecidas também pela construção da Rod. Presidente Dutra, a CTI empregou muitos imigrantes italianos e antigos moradores de áreas rurais (que vieram para as áreas urbanas após o fim do café) e mudou a paisagem com as construções (prédios e vilas operárias).

Texto 3 – CTI e contexto econômico e político

A Companhia Taubaté Industrial (CTI) foi fundada no período do encilhamento, em 4 de maio de 1891.

•             A partir do governo Prudente de Moraes (1894-1898), inicia-se nova tentativa de restauração da economia: “O novo governo iria marcar o inicio de uma postura de defesa da lavoura, uma vez que a avaliação de ministro da Fazenda, Rodrigues Alves, era de que o desenvolvimento industrial estava prejudicando a agricultura, nos aspectos referentes à disponibilidade de mão-de-obra e de capitais.” (RICCI, 2006, p.65)

No governo de Rodrigues Alves (1902-1906) houve medidas de estabilização cambial, pois era mais eficiente e menos conflituosa na relações exteriores: “Com o Convênio de Taubaté e a criação da caixa de conversão, em dezembro de 1906, fixando o câmbio em 15 dinheiros por mil réis, atendeu-se às reivindicações dos agricultores e industriais quanto à desvalorização e estabilização  da moeda. As medidas favoreceram a importação de bens de capital e a atração do capital estrangeiro”. (RICCI, 2006, p. 72)

No Vale do Paraíba serão fundadas novas indústrias e se alterou o perfil da produção

Há retração no comércio internacional

O Brasil assume parcela das exportações mundiais

Quanto ao desenvolvimento industrial, há três aspectos fundamentais:
1. Redução dos investimentos
2. A produção declina por falta de matéria-prima, insumos e equipamentos importados
3. O lucro variou de acordo com a fábrica

No pós-guerra aumenta as filiais de empresas norte-americanas no Vale e as finanças públicas passaram a ficar mais dependentes de Nova York

Há uma aliança entre o setor industrial e o agrícola

Em 1923 há o aumento do meio circundante trazendo a desvalorização da moeda e a elevação dos preços

Diante das pressões do setor industrial, Artur Bernardes adota uma política monetária de retirada de moeda de circulação, fazendo com que o câmbio se valorizasse.

Ascensão do mercado cafeeiro

Alguns passaram a investir em tecidos mais finos

Em 1930, as indústrias sofrem com a crise norte-americana

No governo Vargas, dá-se ênfase as indústrias

No fim da República Velha, a evolução das industrias têxteis no Vale do Paraíba Paulista deu-se de forma heterogênea

“Nesse sentido podemos observar que, a medida que a industrialização concentrava-se e se diversificava na capital paulista, com a instalação de indústrias de outros setores produtivos, como o metalúrgico e o químico (SUZIGAN, 2000, p. 261-361). O setor industrial mais tradicional, o têxtil, descolava-se do centro dinâmico para a região do Vale do Paraíba Paulista, permitindo o seu desenvolvimento industrial periférico, como o que ocorrera na capital nas décadas anteriormente em relação aos artigos têxteis importados”. (RICCI, 2006, p.124)


04. Pesquisa

COMPANHIA TAUBATÉ INDUSTRIAL - 
A CONSOLIDAÇÃO DA INDÚSTRIA NA SOCIEDADE TAUBATEANA

Luiz Gustavo de Oliveira – aluno do 3º Semestre de História (luiz.gustavo1945@outlook.com)
Orientador: Prof. Me. Armindo Boll (cartataubate2@bol.com.br)

Apresentação
A Companhia Taubaté Industrial foi uma das primeiras indústrias da região, fundada no dia 4 de março de 1891 por um grupo de empresários e prósperos cafeicultores de Taubaté e região, que lançou Félix Guisard como primeiro Diretor Gerente, devido a sua considerável experiência no ramo fabril. A empresa teve enorme destaque no mercado têxtil da América Latina, atingiu seu ápice entre as décadas de 1940 e 1950 e manteve seu funcionamento até a falência no ano de 1983, já sob a incorporação do grupo empresarial Nova América Têxtil.

Objetivos
 O objetivo da pesquisa realizada é conhecer a história da CTI, focando no período de consolidação da empresa no mercado nacional da indústria têxtil, de modo a ser apresentado um recorte histórico que expõe as conseqüências sociais, a participação política, o desenvolvimento urbano e as causas trabalhistas durante as décadas referidas.

Metodologia
Pesquisamos no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica - CDPH, no Museu Municipal Prof. Paulo Camilher Florençano, no Arquivo Municipal e do inventário elaborado pelo Projeto Taubaté Tempo e Memória, ligado a Pró - Reitoria de Extensão, da UNITAU.

Resultados
 Analisamos diversos periódicos da época, tais como os jornais A Tribuna, O Lábaro e a revista Fagulhas, onde foram relatados inúmeros fatos e pormenores dos impactos causados pela atuação da empresa na cidade. No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, obtivemos dados sobre os fluxos migratórios da região, o avanço estatístico da economia industrial e dos meios de produção. Tendo como principal resultado apresentar a importância do papel histórico da cidade de Taubaté na formação da economia da região, e da relevância do ensino dessa participação histórica nas escolas de Taubaté e do Vale do Paraíba.

Conclusão
 Nossa pesquisa levou-nos a compreender a contribuição da empresa para a economia da cidade de Taubaté e região, o envolvimento da direção da empresa na vida política da cidade, os benefícios concedidos pela direção aos trabalhadores, a importância da indústria têxtil valeparaibana no mercado nacional na época.

Referências Bibliográficas:
ORTIZ, Marco Antônio Moreira. A Trajetória da Companhia Taubaté Industrial - CTI, Pucsp 2006, São Paulo - SP
RICCI, Fábio - Indústria Têxteis na Periferia. Editora Cabral – 2006, Taubaté, SP
Jornais A Tribuna, 12-5-1942 a 13-12-1957, Taubaté, São Paulo; O Lábaro, 30-6-46 a 22-8-1956, Taubaté, São Paulo;



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